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Carta interceptada em presídio brasileiro desencadeou caça ao patrimônio do ‘Barão das Drogas’
Acuada, promotora paraguaia divulgada e diz desconhecer envolvimento do marido
11/07/2023 09h10
Por: Tribuna Popular Fonte: Midiamax
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As informações que norteiam a megaoperação de caça aos bens patrimoniais de Jarvis Chimenes Pavão, o ‘Barão das Drogas’ em Pedro Juan Caballero e também em outros departamentos paraguaios saíram das suas próprias.

As investigações revelam que uma carta escrita por Jarvis, dentro do Presídio Federal de Brasília, interceptada pela Polícia Federal do Brasil foi o estopim das diligências que sacudiram a cidade que faz fronteira com Ponta Porã no Mato Grosso do Sul.

"O manuscrito interceptado continha informações sobre suas propriedades no Paraguai, onde Pavão afirmava que determinada propriedade pertencia a fulano, outros a outra pessoa. Isso foi interceptado pela polícia brasileira e disponibilizado ", explicou Francisco Ayala, diretor de comunicação da Senad.

 

"Algumas empresas gerenciavam essas propriedades. Estamos falando de 11 pessoas jurídicas, e em relação às pessoas físicas, são 32. Elas movimentavam um total de 150 milhões de dólares no Paraguai, enquanto no Brasil eram 85 milhões de dólares", revela Ayala.

Segundo a Senad, Luan, filho do chefe narcotraficante Pavão, que também está preso era responsável por distribuir as ordens de Pavão por meio de cartas manuscritas. Luan tinha um regime de visitas mais aberto, o que possibilitava uma maior conexão com os parceiros no Paraguai e no Brasil.

"Isso pode ser considerado um golpe devastador contra a organização de Pavão, pois os envolvidos não são apenas testas-de-ferro, mas sim parceiros diretos na estrutura criminosa", explica Francisco Ayala.

 

A investigação continua em andamento para desvendar todas as ramificações e conexões dessa rede criminosa. As autoridades paraguaias estão empenhadas em desmantelar completamente essa organização e garantir a segurança da população.

Contadores e advogados

Nova fase da operação ‘Pavo Real’, desencadeada nesta segunda-feira (10) pela polícia paraguaia através da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), com o apoio da PF (Polícia Federal), teve 11 pessoas detidas até o momento, sendo 6 homens e 5 mulheres. As investigações atuam contra esquema de lavagem de cerca de 150 milhões de dólares, com origem no tráfico de drogas.

Foram realizadas diligências em 29 lugares em Amambay e na região Central do Paraguai. Em Pedro Juan Caballero, por exemplo, foram feitas 17 diligências que terminaram com a prisão de um contador, dois advogados, funcionários e representantes de empresas investigadas.

 

Já no Departamento Central, foram realizadas até o momento 12 diligências que resultaram na prisão de 4 pessoas, sendo dois representantes das empresas investigadas, um advogado e um contador.

As diligências ainda continuam ao longo do dia. Segundo informações obtidas pela reportagem do Midiamax, buscas acontecem em 11 empresas e cumprem mandados contra 32 pessoas.

No entendimento da Senad, mesmo preso, Jarvis Chimenes Pavão continua comandando ações criminosas, que envolvem o tráfico de grandes toneladas de cocaína, principalmente por meio de uma rota que envolve o Rio Grande do Sul.

As diligências iniciadas nesta segunda-feira estão focadas na investigação patrimonial e financeira do esquema montado pelo criminoso. Essa ação, segundo o órgão faz parte de um acordo estabelecido no âmbito do Mercosul contra o poder do "Barão das Drogas", como Pavão é conhecido.

Durante as diligências comandadas pela Senad, o esposo da promotora paraguaia Kátia Uemura, Daniel Montenegro atirou contra os agentes e acabou preso. A Senad, entretanto, não deu detalhes sobre o envolvimento dele no âmbito das investigações.

Segundo informações obtidas pela reportagem do Midiamax, até o momento, além do marido da promotora paraguaia, a polícia já prendeu mais 10 pessoas. Quatro pessoas foram detidas em Assunção e sete em Pedro Juan Caballero.

A operação, denominada "Pavo Real", é resultado de uma investigação que se estende por mais de 30 anos sobre o histórico criminal do narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão, atualmente cumprindo pena no Brasil.

‘Dama da justiça’

A prisão do marido de Kátia Uemura, que é considerada uma ‘Dama da Justiça’ em Pedro Juan Caballero, como revelou uma fonte ouvida pela reportagem do Midiamax, além da sua atuação combate ao crime organizado, chama a atenção por ser uma mulher bonita, foi também o assunto do dia nas redes sociais paraguaias.

“Ela é uma mulher que desperta admiração pela beleza e ao mesmo tempo cultiva questionamentos. Alguns do seus casos investigados já geraram polêmicas. O que também causa estranheza é o fato de estar à frente do combate crime organizado enquanto o marido trabalha na defesa”, comenta essa mesma fonte.

Após a divulgação do nome do seu marido na lista de presos da nova fase da operação ‘Pavo Real, Kátia se viu obrigada a dar explicações. Na tarde desta segunda-feira (10) com a operação ainda em andamento ela divulgou uma nota oficial.

Veja abaixo o que ela disse:

Nota a opinião Pública

Em relação à notícia divulgada na manhã desta segunda-feira (10/07/2023) que menciona minha pessoa por meio de alguns meios de comunicação, sinto a necessidade de expressar estas palavras, levando em consideração o compromisso que tenho com a sociedade devido ao cargo que ocupo. Portanto, gostaria de afirmar o seguinte:

Em primeiro lugar, desconheço os fatos atribuídos ao meu cônjuge, o advogado Daniel Montenegro.

Nesse sentido, quaisquer suspeitas que possam existir em relação a ele não têm relação comigo, nem com a linha de trabalho na qual atuo.

Portanto, esclareço que sempre conduzi com o máximo de cautela e cuidado todas as investigações que realizei no meu papel como agente fiscal.

Por fim, coloco-me à disposição das autoridades responsáveis por esta investigação, às quais oferecerei minha colaboração no que for necessário para esclarecer essa situação o mais rápido possível.

Katia Uemura