Segunda, 25 de Novembro de 2024
23°C 39°C
Jardim, MS
Publicidade

Defesa de Name faz "copia e cola" do MPE para atacar o próprio MPE

Advogados usaram mais de 110 páginas de provas do MPE elaboradas em 2009 para alegar que o trabalho do MPE de agora está errado

18/07/2023 às 11h15
Por: Tribuna Popular Fonte: Correio do Estado
Compartilhe:
 - Última testemunha de acusação, o delegado João Paulo Sartori, prestou depoimento nesta terça-feira - Marcelo Victor
- Última testemunha de acusação, o delegado João Paulo Sartori, prestou depoimento nesta terça-feira - Marcelo Victor

Ao mesmo tempo em que tenta desacreditar a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) que acusa Jamil Name Filho como mandante do atentado que resultou na morte do estudante Matheus Xavier, de 20 anos, a defesa do réu usa uma denúncia do próprio MPE para tentar convencer os jurados de que ele é inocente e que o responsável pelo atentato seria, na realidade, um dos maiores traficantes brasileiros, o ex-major Sérgio Roberto de Carvalho, conhecido como “Escobar brasileiro”. 


Neste segundo dia de julgamento devem ser ouvidas seis testemunhas de defesa dos três réus e a última testemunha de acusação, o delegado João Paulo Sartori, previsto para ser ouvido no primeiro dia, mas o júri foi suspenso após quase nove horas de audiência. Apesar desse atraso no primeiro dia, a previsão do juiz é de que o júri termine até quinta-feira. 


Já no primeiro dia a defesa de Jamilzinho indicou que tenta desacreditar a tese do MPE de que  a fazenda Figueira tenha sido o pivô do atentado. Porém, como a morte aconteceu e está evidente de que não foi um crime comum, a defesa precisa encontrar um outro culpado, de preferência alguém que grande poder de fogo.


 E este seria o Major Carvalho, atualmente preso na Bélgica e acusado de ser um dos maiores traficantes de cocaína da América Latina e que chegou a forjar a própria morte durante a pandemia de covid em Portugal.


No primeiro dia de depoimentos, o nome do major Carvalho foi citado algumas vezes pela defesa. Porém, a evidência maior de que a linha de defesa será apontar um suposto elo entre o ex-PM Paulo Xavier, pai de Matheus, com o ex-major Carvalho está no próprio processo.


São as mais de 110 páginas anexadas ao processo trazendo detalhes de uma investigação de 2019 em que o “Pablo Escobar” brasileiro comandava um esquema de máquinas caça-níqueis e que Paulo Xavier era seu braço direito à época. 


O pai de Matheus, que à época comandava a PM da região central de Campo Grande, chegou a ser detido em 2009 por supostamente utilizar a função para proteger as máquinas do major. Mais tarde, porém, foi inocentado.


 Além disso, a defesa anexou reportagens recentes ao ao processo mostrando a importância do “Escobar Brasileiro” no mundo do tráfico, mostrando o início de suas atividades criminosas em Mato Grosso do Sul até se transformar em uma espécie de chefão do narcotráfico internacional.


O curioso é que as 114 páginas mostrando o suposto elo entre Paulo Teixeira e o major Carvalho anexadas ao processo são uma espécie de control C e control V (copia e cola) do trabalho do Ministério Público e da Polícia Civil feito naquele período. 


Ou seja, segundo a defesa, o trabalho do MPE de 14 anos atrás merece credibilidade. Porém, a investigação de agora, está totalmente errada, conforme a linha de raciocínio da defesa de Jamil Name Filho.


CARÊNCIA DE PROVAS


A defesa dos outros dois réus, Marcelo Rios de Vladenilson Olmedo, insiste na tese de que não existem provas concretas que os liguem aos pistoleiros José Moreira Freires (Zezinho) e Juanil Miranda Lima. Estes dois, apontados como autores do atentado que vitimou Matheus, sumiram depois do crime. 


Zezinho foi morto pela polícia do Rio Grande do Norte em dezembro de 2020. Juanil está desaparecido, mas existem suspeitas de que também tenha sido morto. Além da falta dos pistoleiros, a defesa dos réus também tem a seu favor a falta do fuzil usado na morte de Matheus. 


Nenhuma das 22 armas apreendidas em um imóvel da família Name foi usada em algum dos assassinatos atribuídos à milícia em Campo Grande. 


A acusação, contudo, insiste na tese de que o pivô do atentado foi a disputa pela posse da fazenda Figueira, um imóvel dividido em quatro partes que somam 19,17 mil hectares. Atualmente, o imóvel está avaliado em cerca de R$ 700 milhões.


Paulo Xavier teria traído a família Name ao se aliar ao advogado Antônio Augusto de Souza Coelho. Este advogado, conforme a denúncia de Paulo Xavier, teria dado um golpe à família Name e por isso o réu Jamil Name Filho teria jurado o advogado de morte. 


Conforme depoimento do delegado João Paulo Sartori nesta terça-feira, as ameaças teriam acontecido na presença do desembargador Joenildo Chaves, durante um jantar do qual participaram também outras pessoas. 


O advogado, por sua vez, alega que posteriormente entrou em acordo com a família Name, conforme nota enviada ao Correio do Estado no último sábado. 


E nesta terça-feira, o advogado Nefe Cordeiro, ex-ministro do STJ que defende Jamil Name Filho, voltou a questionar a existência do jantar em que teriam ocorrido as ameaças de morte contra o advogado Antônio Augusto. Ele alegou que estas ameaças não constam nos autos e com isso tenta desacreditar a tese do Ministério Público sofre a motivação do atentado, que seria a fazenda Figueira. 


* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Jardim, MS
29°
Tempo nublado

Mín. 23° Máx. 39°

28° Sensação
1.71km/h Vento
36% Umidade
39% (0.11mm) Chance de chuva
05h53 Nascer do sol
07h10 Pôr do sol
Ter 38° 22°
Qua 38° 23°
Qui 38° 25°
Sex 40° 22°
Sáb 37° 24°
Atualizado às 19h05
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,80 -0,06%
Euro
R$ 6,09 -0,06%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,66%
Bitcoin
R$ 579,502,56 -0,60%
Ibovespa
129,036,10 pts -0.07%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade