A Copa do Mundo Feminina começou nesta quinta-feira (20), sediada por Austrália e Nova Zelândia, já é “histórica.”
Esta é a avaliação da diretora técnica do Museu do Futebol, em São Paulo, Marilia Bonas.
À CNN Rádio, no CNN Plural, ela afirmou que o avanço é notório em termos de “visibilidade, cobertura e acesso.”
“Neste ano, a Seleção Brasileira tem avião específico para as atletas, uniforme próprio, que só surgiu em 2015, além da conquista em investimento – ainda que assimétrico em comparação ao masculino.”
Ela destaca que “é importante valorizar e torcer” durante toda a competição, que terá ponto facultativo para servidores públicos nos jogos do Brasil.
A Seleção estreia na próxima segunda-feira (24), diante do Panamá.
Ao mesmo tempo, a especialista ponderou que “a história do futebol feminino é marcada por desigualdades.”
Marilia lembra que a modalidade feminina foi proibida por lei por mais de 40 anos no Brasil.
A lei entedia “a mulher como tendo a função primordial de reprodutora na sociedade” e, portanto, o corpo feminino “não poderia ser ameaçado nessa função.”
Outras modalidades femininas também foram banidas, como o atletismo.
“Isso não significa que as mulheres pararam de jogar, mas atuavam em campeonatos amadores, no circo, à margem da prática da modalidade, obviamente, com muitos casos de prisão”, disse Marilia.
Noruega se alinha durante primeira partida da Copa do Mundo Feminina da FIFA na Austrália.
Hannah Lilian Wilkinson, da Nova Zelândia e da cidade de Melbourne, comemora depois de marcar o primeiro gol de sua equipe durante o primeiro jogo da Copa do Mundo Feminina da FIFA na Austrália.
Ada Hegerberg da Noruega e Olympique Lyonnais antes da Copa do Mundo Feminina da FIFA na Austrália.
Hege Riise, treinadora principal da Noruega durante a Copa do Mundo Feminina da FIFA na Austrália.
Julie Blakstad da Noruega e Manchester City e Catherine Joan Bott da Nova Zelândia e Leicester City competem pela bola durante primeira rodada da Copa do Mundo Feminina da FIFA na Austrália.
As jogadoras da Nova Zelândia comemoram a vitória após jogo de abertura da Copa do Mundo Feminina da FIFA na Austrália.
Malia Rose Steinmetz da Nova Zelândia e WS Wanderers e Indiah-Paige Janita Riley da Nova Zelândia e Brisbane Roar comemoram a vitória após primeiro jogo da Copa do Mundo Feminina da FIFA na Austrália.
Paige Therese Satchell, da Nova Zelândia e do Wellington Phoenix, comemora a vitória após primeiro jogo da Copa do Mundo Feminina da FIFA Austrália.
Chris Hipkins (à esquerda), primeiro-ministro da Nova Zelândia, sua sobrinha e a ex-primeira-ministra Jacinda Ardern (à direita) parabenizam as jogadoras após a vitória do time por 1 a 0 na primeira rodada da Copa do Mundo Feminina da FIFA na Austrália.
Uma visão geral durante a partida do Grupo B da Copa do Mundo Feminina da FIFA 2023 entre Austrália e Irlanda no Estádio Austrália em 20 de julho de 2023 em Sydney
Steph Catley, da Austrália, converte o pênalti para marcar o primeiro gol do time durante a partida do Grupo B da Copa do Mundo Feminina da FIFA Austrália e Nova Zelândia 2023 entre Austrália e Irlanda
Steph Catley, da Austrália, comemora após marcar o primeiro gol de sua equipe
Jogadoras da República da Irlanda posam para uma foto da equipe antes da partida do Grupo B
Ela explicou que isso começou a mudar na década de 80, no período de redemocratização, e em 1983 o decreto caiu.
“A partir disso, começa reorganização, mesmo que no amador, para as mulheres voltarem oficialmente a competir.”
O Museu do Futebol, que fica no estádio do Pacaembu, em São Paulo, trabalha desde 2015 sobre o futebol feminino.
Atualmente, acontece a exposição Rainha de Copas, que conta a trajetória dos mundiais femininos, que teve a primeira competição em 1991.
*Com produção de Isabel Campos
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