A Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto, anunciou que a da fábrica de celulose, que será construída no município de Ribas do Rio Pardo, vai começar a operar ainda no primeiro semestre de 2024, seis meses antes da previsão inicial.
O projeto Cerrado demandará investimento total de mais R$ 19,3 bilhões e é considerado o mais eficiente da companhia em função do baixo nível de emissão de carbono previsto após o início de operação.
A nova fábrica também será a mais competitiva da Suzano em termos de custo caixa de produção de celulose, condição favorecida pelo menor raio médio das florestas que abastecerão a unidade e pelo volume de energia excedente.
O Perfil News, conversou com o Diretor de Engenharia da Suzano, Maurício Miranda. Ele explicou que vários obstáculos na fase inicial da construção que começou em 2021 foram superados, sendo assim, a indústria deve entrar em operação antes da previsão.
PROTOCOLOS
“Estimávamos que seria no final de 2024 devido a Covid-19. Quando iniciamos o projeto em 2021, nós estávamos em pandemia. A gente precisou cumprir vários protocolos sanitários e zelar pela vida dos colaboradores que estavam ajudando na construção da fábrica. Quando o obstáculo da pandemia vencido, conseguimos receber os equipamentos e mobilizar a mão de obra para construção e montagem, sendo possível projetar o início da nossa operação para junho do ano que vem. Enxergamos que vários desafios foram que estavam sob dúvidas foram superados”, disse Miranda.
Durante o pico de construção da unidade, devem ser gerados aproximadamente 10 mil empregos diretos, além de milhares de empregos indiretos. Depois de concluída a obra, a nova fábrica empregará cerca de 3 mil pessoas entre colaboradores próprios e terceiros. Parte dessas pessoas já está sendo capacitada na própria região.
“O prédio está concluído e agora estamos realizando a montagem eletromecânicas. Estamos com 70% de conclusão da obra. Trabalho tem em Ribas do Rio Pardo. Aconteceu um círculo virtuoso, já que o próprio município gerou empregos que antes não existiam, seja em hotelaria, restaurante e na própria construção civil. Hoje vemos muitas coisas construídas que há um ano não existiam. O comércio e novas casas também existem. Além do empreendimento em construção também vale lembrar que vamos entrar em operação, tanto industrial como florestal, além das empresas que também devem se instalar na cidade para prestarem serviços a Suzano. A gente percebe que para muitas pessoas é o primeiro emprego, mas também pode ser uma porta de entrada para construir uma carreira bonita junto conosco”
CONJUNTO DE INICIATIVAS
Antes mesmo do início da construção da unidade, a Suzano tem apoiado Ribas do Rio Pardo e municípios da região com um amplo conjunto de iniciativas. Entre elas estão o Programa Suzano de Educação, que busca contribuir para o desenvolvimento de estudantes; a implementação de cursos de qualificação profissional nas áreas industrial e florestal em parceria com o Senai, entre outros.
“Temos uma parceria com o Sistema S e quando chamamos o profissional para se qualificar é para receber um certificado reconhecido em todo o país. Tudo isso tem um grande peso. Nosso objetivo é absorver 70% do público treinado. Aquele que a Suzano não contrata diretamente, nós sabemos que a pessoa está qualificada para entrar em outras empresas que também nos atenderão. Nosso objetivo é contratar basicamente 100% do público treinado. Nosso melhor foco é qualificar a região”, explicou.
OPORTUNIDADES
Oferecendo sempre oportunidades primeiramente para quem já mora em Ribas do Rio Pardo que até pouco tempo vivia do Agronegócio, Miranda explica que a Suzano pretende se envolver com a cultura local e ajudando a população com melhores condições de vida e oportunidades de emprego.
“Nosso objetivo é respeitar a cultura local. Nosso plantio de eucalipto também não foge do agronegócio, mas a novidade é mostrar oportunidades no setor industrial também. Realizamos o treinamento da base, realizamos um processo de qualificação”, destacou.
CADEIA PRODUTIVA
Ao Perfil News, Maurício também adiantou que a Suzano investe em mais hexatrens Volvo para transporte de madeira. Os hexatrens atuam em uma importante parte da cadeia produtiva da Suzano. Depois da colheita, eles transportam as toras dentro das fazendas até a fábrica, onde são picadas e processadas, transformando-se em celulose, usada posteriormente na indústria de papel, produtos de higiene e outros bens de consumo.
“O projeto é mais recente e temos alguns diferenciais. Vamos operar com hexatrens, que não vão rodar nas rodovias e sim nas estradas internadas da Suzano quando vão abastecer a fábrica. Além de não causar um distúrbio no trânsito, também traz economia de custo e impacto ambiental. Isso vai colocar a fábrica como a melhor em desempenho em competitividade de custo”.
Além de gerar empregos e fazer a economia de Ribas do Rio Pardo disparar de forma positiva, a Suzano também tem parcerias com o município. Um exemplo de olhar atento da empresa foi com a BR-262, rodovia famosa devido aos registros de acidentes.
“Estamos instalando quatro torres de monitoramento para rádio, ampliando a capacidade de comunicação da Polícia Rodoviária Federal e estamos construindo também uma unidade da PRF aqui em Ribas do Rio Pardo, já que a mais próxima está em Água Clara, que fica a 100 km de distância. A Suzano também vai oferecer uma nova viatura para o município”, destacou.
PROJETO CERRADO
Anunciado em maio de 2021 e confirmado pelo Conselho de Administração da Suzano no início de novembro do mesmo ano, o Projeto Cerrado receberá investimento de mais R$ 19,3 bilhões. No pico das obras, a iniciativa deverá gerar cerca de 10 mil empregos diretos.
Equipe de engenheiros e técnicos da Suzano, linha de frente do Projeto Cerrado durante solenidade de entrega da ampliação do hospital de Ribas do Rio Pardo.
Prevista para entrar em operação agora, no primeiro semestre de 2024, a nova fábrica, que será a unidade mais competitiva da Suzano, vai produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano, empregando 3 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceirizados, nas áreas florestal e industrial, movimentando toda a cadeia econômica da região.