A 460 quilômetros de Campo Grande, mergulhadores de todo o País se aventuram pelo Rio Paraná na divisa com Mato Grosso do Sul. Na região de Aparecida do Taboado, a cidade paulista de Rubinéia possui estruturas submersas e chama atenção de quem resolve cruzar a separação entre os dois estados.
Apesar de possuir bons cenários para a prática de mergulho, MS ainda está engatinhando no sentido de popularizar o esporte por aqui. Mas, ainda assim, grupos experientes já aproveitam as estruturas para fazer treinamentos e roteiros de viagens.
Quem explica sobre esse cenário é o mergulhador e empresário Thalles Barizon, que pratica o esporte com grupos em todo o País, incluindo Mato Grosso do Sul, há 20 anos. Especificamente sobre Rubinéia, Thalles narra que a região de Porto Taboado se conecta com a história da cidade submersa.
Em 1967, a cidade do interior de São Paulo recebeu a notícia de que seria inundada pelas águas da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira. Ao todo, um terço do território seria “perdido”.
Dois anos depois, casas, bares, hotéis e cinemas começaram a ser desapropriados e, em 1973, o Rio Paraná começa a subir para encobrir o espaço. Thalles explica que ainda hoje há estruturas visíveis na região e, por se tratar de um ambiente complexo, a prática do mergulho é feita por pessoas mais experientes.
“Nós já mergulhamos bastante por ali e Rubinéia é específica justamente por ter essas estruturas submersas. Você encontra até casas em determinados pontos”, diz Thalles.
Em relação à necessidade de possuir experiência, o mergulhador comenta que existe um nível de certificação necessário para conhecer o cenário. “Em um dos mergulhos, usamos até cabo submerso de três quilômetros abaixo d’água. É um cenário que usamos como treinamento”.
Além da curiosidade histórica, ele detalha que mergulhadores que desejam ir, por exemplo, para o mar, costumam fazer seus treinamentos em áreas como a divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo.
“Quando vamos para o mar, muitas vezes não temos condição de treinar por conta da instabilidade. Nesses casos de usinas, como é Rubinéia, não temos as ondas, por exemplo, e conseguimos fazer esse treinamento e depois seguir para o mar”, detalha o mergulhador.
Sobre as estruturas encontradas, Thalles comenta que, em geral, os mergulhadores mais experientes chegam até a região buscando por um novo tipo de adrenalina.
Mas, além da cidade submersa de Rubinéia, o mergulhador garante que Mato Grosso do Sul possui cenários para quem está começando. “Estamos tentando trazer esse esporte para quem é iniciante e nunca mergulhou. Bonito fica muito em alta, mas não é a única opção”.
Citando a região de Três Lagoas, o profissional pontua que parcerias entre os setores públicos e privados estão sendo desenvolvidas para que MS entre ainda mais na rota do mergulho.