A geração de emprego em Ribas do Rio Pardo, município a 98 km de Campo Grande, já é 27 vezes maior, após o anúncio da fábrica de celulose da Suzano. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que em 2020 o saldo de trabalho chegou a apenas 173, enquanto em 2022 passou para 4.689 vagas.

A fábrica intitulada como projeto Cerrado foi lançada em maio de 2021, com previsão de R$ 19,3 bilhões de investimentos até 2024. O pico da obra começou em abril e empregou 10 mil pessoas. Depois do início da operação, até junho do próximo ano, a expectativa é de gerar 3 mil empregos diretos.

O município tem área de 17.315 quilômetros quadrados e população de 23.150 pessoas, se consolida como a 3ª maior cidade de Mato Grosso do Sul em questão de extensão territorial.

A demanda está tão grande no município que, praticamente, as pessoas escolhem a dedo onde querem trabalhar. Exemplo disso é o motorista de ônibus Fabio Júlio Rodrigues, de 32 anos, que saiu de Goiás para trabalhar em Ribas do Rio Pardo.

Tem três anos que vivo em Ribas. Qualquer área é fácil, só chegar já está empregado, não passa nenhum dia desempregado aqui”, ressalta Fabio.

Ainda de acordo com ele, na época, também era oferecido outras vagas de emprego, como motorista de carreta, serviços gerais, maquinista, mas ele optou pelo que está agora. “Oferecem alojamento, refeição, tudo. É bom para ganhar dinheiro”, comemora.

Em outubro está prevista a inauguração de um supermercado atacadista, do mesmo grupo do mercado Costa. São 150 vagas disponíveis e até o momento foram contratadas 30 pessoas, segundo a responsável pelo marketing do local, Ana Paula Rodrigues.

“Está faltando gente para trabalhar. Temos bastante oferta de emprego, porém, está faltando mão de obra. Hoje, em Ribas do Rio Pardo, tem oferta de emprego para tudo quanto é lado. Está tendo um giro muito grande de pessoas. Eles acabam escolhendo onde trabalhar”, destaca.

Ana Paula informa que não é exigido experiência e que o supermercado oferece capacitação aos novos funcionários.

O hotel Stillus foi um dos primeiros a inaugurar após o anúncio da fábrica. O local já tem o quadro de funcionários completo, com seis pessoas trabalhando.

“Eu já inaugurei para pegar a fábrica. A fábrica ajudou muito, tanto ajudou como impulsionou bastante o crescimento de hotéis. Contratei duas pessoas esse ano”, explica o proprietário José Carlos Francisco Junior.

São 14 apartamentos, a capacidade é de 36 pessoas e, atualmente, tem 32 hospedadas. Além disso, José também tem outros três alojamentos, que contam com o total de dez funcionários para atender 82 pessoas.  “Tudo pessoal da fábrica”, completa.

O sócio do hotel Tokyo Ryo, Makira Miziguti, diz que o “forte” é contratar para diária. “Contratamos bastante diária. O custo disso fica muito alto. O problema é mão de obra, não consegue funcionário para trabalhar”, disse. No hotel são oito funcionários contratados, que atendem 15 quartos.

Ele comenta também que, hoje em dia, nem os hotéis da cidade estão dando conta de atender a demanda.

Crescimento – O município já sente os impactos da chegada da fábrica, tendo que dar conta da demanda social, como vagas em hospital, mais moradia e melhorias na educação.

Na quarta-feira (27), a Suzano inaugurou o Posto Avançado de Saúde em parceria com o Hospital Sepaco, que será responsável pela operação especializada da unidade.

Foi implantado um Centro Médico, que possibilitará atendimentos médicos de saúde para acolher os colaboradores da empresa e familiares do seu plano de saúde.

Em fevereiro deste ano também estavam sendo construídas mais salas de aula.