Os governos do Brasil e da Bolívia negociam a instalação de mais uma fábrica de fertilizantes em Mato Grosso do Sul, além da Unidade de Fertilizantes III (UFN3) da Petrobras, obra que está paralisada desde 2015. A nova unidade seria construída em Corumbá, e a operação de uma nova unidade conjunta entre os dois países se dividiria entre a cidade sul-mato-grossense e o município boliviano de Porto Quijarro e Coipasa.
Na fronteira, entre Corumbá e Porto Quijarro, seria produzida a ureia, e o cloreto de potássio, em Coipasa.
As informações constam em informações do Ministério da Agricultura, em nota que informava o encontro do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, com os ministros bolivianos de Hidrocarbonetos e Energia, Franklin Molina Ortiz, e do Desenvolvimento Rural e Terras, Remy Gonzalez, nesta terça-feira (3).
Para o secretário-executivo do ministério, Irajá Lacerda, a Bolívia é um aliado para a independência brasileira na produção de fertilizantes. “Com essa cooperação, vamos implementar indústrias de fertilizantes tanto no país andino quanto no Brasil para diminuir a dependência externa do nosso país fertilizante, que hoje é quase 90%”, disse. No País, o principal nutriente aplicado é o potássio, seguido por fósforo e nitrogênio, destacou a nota.
No encontro, foram apresentados ainda tópicos estratégicos para a segurança alimentar nos dois países e na América do Sul, principalmente, com acordos para a troca tecnológica, por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
“A Embrapa está pronta para essa parceria Brasil-Bolívia, onde temos experiências nessa área de fertilizantes e que podemos fazer essas transferências de tecnologias e inovações”, declarou a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.
UFN3
Em Três Lagoas, a Petrobras pretende construir a UFN3 desde a década passada. As obras da fábrica foram paralisadas em 2015, com 80% de avanço. São necessários pelo menos US$ 1 bilhão para a retomada da unidade, que produziria ureia, amônica e gás carbônico.
A matéria prima, ao menos inicialmente, seria o gás natural importado da bolívia: aproximadamente 2,5 milhões de m3 diários.
A escassez do gás boliviano, porém, tem deixado as autoridades do lado de cá apreensivas. A Petrobras, porém - que ainda não anunciou a retomada das obras da UFN3 - teria um plano B para fornecer a matéria-prima para a fabricação dos fertilizantes: o gás natural brasileiro da região do pré-sal. (Com Estadão Conteúdo)
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