Sem chance de absolvição sumária, o médico João Pedro da Silva Miranda Jorge, 29 anos, só deve dar sua versão sobre o que aconteceu na madrugada de 8 de junho, quando foi preso por dirigir embriagado após acidente, em 2024. A colisão da caminhonete VW Amarok, que ele conduzia, com um Toyota Corolla aconteceu no entroncamento formado pelas avenidas Afonso Pena e Arquiteto Rubens Gil de Camilo e a Rua Dr. Paulo Coelho Machado (antiga Furnas), em frente ao Shopping Campo Grande, mesmo local onde em 2017, o motorista atingiu veículo dirigido pela advogada Carolina Albuquerque Machado, que morreu.
Na delegacia, o médico decidiu manter o silêncio. Disse somente que a mulher de 28 anos foi quem furou sinal vermelho e que prestou socorro à motorista. Mas, no local da ocorrência, ele teria assumido a culpa, segundo testemunha.
Dois motoristas de aplicativo foram ouvidos pela Polícia Civil durante as investigações, um homem e uma mulher que passavam pelo cruzamento. No depoimento, a mulher de 25 anos relatou que estava indo buscar passageiros em bar dos altos da Afonso Pena, por volta da meia-noite, quando percebeu de relance uma caminhonete em alta velocidade e logo ouviu a batida.
A motorista profissional, que havia acabado de passar pelo semáforo do cruzamento da Rubens Gil de Camilo com a Afonso Pena, fez retorno para voltar ao local do acidente e relata que viu quando o motorista da caminhonete VW Amarok, de cor prata, desceu do veículo aparentemente embriagado.
A moça diz então ter se aproximado do Corolla para acalmar a condutora que estava presa às ferragens e ficou com a vítima, que chorava muito, até a chegada do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Em dado momento, segundo a testemunha, João Pedro se aproximou e a motorista presa no carro começou a dizer: “A culpa não foi minha”. O motorista da caminhonete pediu para que ela se tranquilizasse: “Calma meu amor” e completou, admitindo a culpa: “O erro foi meu”.
O médico ficou preso por duas semanas e deixou a prisão após ter o valor de fiança reduzido de R$ 132 mil para R$ 44 mil. Ele responde a processo por causar lesão corporal na direção de veículo em liberdade, mas monitorado por tornozeleira eletrônica e cumprindo uma série de restrições.
A defesa de João Pedro decidiu esperar o que será apresentado no processo para só no final se manifestar. Por isso, o juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal, decidiu marcar para 4 de março do próximo ano audiência para ouvir testemunhas do caso e o interrogatório do réu.
Reincidência - Em novembro de 2017, João Pedro passou embrigado e em alta velocidade pelo semáforo da Avenida Afonso Pena com a Rua Paulo Coelho Machado. O carro conduzido pela advogada Carolina Albuquerque Machado foi atingido e ela morreu. Em 2021, foi condenado a 2 anos e 7 meses no regime semiaberto por homicídio culposo. Neste ano, a pena foi aumentada para mais de 4 anos com a inclusão do crime de dirigir embriagado.