Em 2018, um grupo de cinco amigos decidiu se reunir para praticar rapel e, desde então, o amor por aventuras cresceu ao ponto de transformar o projeto caseiro em algo profissional. No caminho, um dos fundadores faleceu e, hoje, quem mantém o projeto vivo conta que a memória do amigo, Carlos Eduardo Souza, é parte de cada rota.
Responsáveis pelo grupo, o 262 Aventuras, Moisés de Melo Pinasso e Cristiele do Amaral Genro contam que o amor pela natureza é repassado a cada fim de semana pelas trilhas. Hoje, os dois são os líderes da equipe que leva o público para rapel na Cachoeira do Inferninho, Morro do Totem e Cachoeira do Rio do Peixe, por exemplo.
Voltando para a história, Moisés explica que já pratica rapel há mais de uma década e, em 2018, a ideia do grupo nasceu entre amigos. “Era aquela ideia de fazer algo juntos, mas ninguém pensava em transformar isso em profissional”.
Na época, a ideia era conseguir viajar para pontos já conhecidos e aproveitar o dia fazendo rapel. Conforme o tempo foi passando, Moisés narra que conhecidos e outros amigos ficaram interessados em participar dos eventos e, com isso, o grupo foi aumentando.
Por não se tratar de nada profissional, ele detalha que um valor pequeno era cobrado e, justamente por isso, mais gente começou a buscar as ações. “A gente viu os interessados crescendo, mas continuamos pensando que não era nossa profissão principal. Ficamos por um tempo assim”.
No decorrer do tempo, Moisés conta que conheceu Cris, sua esposa, e ao convidá-la para participar de uma das ações, veio a presença de mais uma participante.
Puxando na memória, ele conta que foi Cris quem comentou sobre realmente organizar o grupo e passar para a parte de profissionalização. “Ela comentou que se a gente realmente quisesse fazer aquilo, tinha que organizar. Então começamos a ver essa parte”.
Enquanto passavam por essa fase de compra de mais materiais e seguiam nas ações, veio 2020. “Nesse ano, dia 26 de setembro, o Dudu faleceu. Ele era um amigo, um filho, foi uma das pessoas que estava com a gente no começo e quando ele morreu, a gente pensou em parar inúmeras vezes”.
Eduardo sofreu um acidente de moto em Campo Grande e, devido aos ferimentos serem intensos, não resistiu. “Ele era um cara feliz, do bem, sempre falava que a gente deveria ficar em paz, não brigar e isso é uma das coisas que ficaram. Foi muito difícil a perda dele, toda trilha que a gente tinha que fazer era motivo de tristeza”.
Pensando nisso, o grupo realmente cogitou deixar de seguir, mas conforme Moisés explica, amigos e clientes foram essenciais nesse momento. “As pessoas viviam na nossa casa, estavam em nossa volta e a gente decidiu continuar”.
Tempos depois, Cris engravidou e, como homenagem, o casal decidiu dar o nome de Eduardo para o filho. “Foi o primeiro nome em que pensamos e nosso filho vai crescer sabendo da importância dele, de onde veio a homenagem. Nós carregamos a mensagem de ‘legado do Dudu’ como referência ao nosso amigo e vamos continuar fazendo isso”.
Em relação aos trajetos feitos pelo grupo, a agenda possui rapel em Campo Grande, em Piraputanga no Morro do Totem e na Cachoeira do Rio do Peixe, em Rio Negro. Além disso, há também trilhas feitas apenas com mulheres, passeios para ver o amanhecer e trilhas em cenários variados.
Mais informações podem ser consultadas através do perfil no Instagram @262aventuras.