Brasil Brasil
Filho de Lira negocia publicidade com a Caixa, que será presidida por indicado pelo centrão
28/10/2023 09h21
Por: Tribuna Popular Fonte: Congresso em Foco
Foto: Divulgação - Arthur Lira e o filho que leva o seu nome.

Reportagem da Folha de S.Paulo da última quinta-feira (26) destaca a relação de Arthur Lira Filho, de 23 anos, com a Caixa Econômica Federal. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pai do jovem empresário, indicou o novo presidente do banco, Carlos Antônio Vieira Fernandes. A Caixa negocia verbas de publicidade com o filho do deputado.


Arthur Filho é sócio da Omnia 360, empresa que representa veículos de mídia que participam de campanhas da Caixa e outros órgãos públicos. De acordo com reportagem de Mateus Vargas, a OPL Dikgital e a RZK Digital, ambas clientes da Omnia, estão na lista de veículos que atuaram na publicidade do banco em 2022 e 2023. A Caixa não divulga os valores pagos a cada veículo.


A Rocket Digital também é fornecedora do banco. A empresa tem como donos Maria Cavalcante, que é sócia da Omnia, e Rodolfo Maluf Darakdjian, proprietário da OPL.


Maria Cavalcante é filha de Luciano Cavalcante, ex-assessor de Lira que foi alvo de operação da Polícia Federal sobre desvios na compra de kits de robótica —o inquérito foi suspenso em julho pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).


A relação de Arthur Filho com representação de veículos publicitários que prestam serviço para órgãos públicos foi revelada em 2021 pelo Congresso em Foco, em reportagem de Amanda Audi e Guilherme Mendes.


Segundo a Folha, a Omnia não tem contratos diretamente com a Caixa ou órgãos públicos. A empresa ganha uma comissão dos veículos que representa, quando essas empresas exibem anúncios, por exemplo, em outdoors ou na internet. A empresa do filho do presidente da Câmara representa e acompanha os veículos clientes em reuniões. A Caixa registra 26 entradas de sócios da Omnia no banco entre 2021 e 2022, sendo quatro delas de Arthur Filho.


O jovem dá nome ao parque de vaquejada de propriedade de Lira no interior de Alagoas, mas o bem foi omitido da declaração de bens do deputado por uma década, como mostrou o Congresso em Foco.