Investigado por corrupção, o empresário Sérgio Duarte Coutinho Júnior demonstra que tem dinheiro para esbanjar, pelo menos, desde 2014. Há quase dez anos, ele bancou casamento em cruzeiro, pagando tudo para 110 convidados.
Nesta semana, ele foi preso com com o irmão, Lucas de Andrade Coutinho, na quarta-feira (29), em Campo Grande, na Operação Turn Off, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado),
Conforme apurado pela reportagem, Sérgio e a esposa médica se casaram em alto mar e a festa durou quatro dias em Búzios, no Rio de Janeiro, com bebida e alimentação na conta dos noivos.
Quem fez a cerimônia foi o comandante do navio. Durante a viagem, partindo de Santos, São Paulo, os convidados receberam mimos, como kit com Ipod, que na época era moderno, comidinhas, guloseima, dramin (para evitar enjoo no navio), kit ressaca e ainda bolsa de praia, glicose e manta.
Já o pacote oferecido pelo cruzeiro incluía, além do buffet, até o valor do comandante à frente da cerimônia, a decoração e o buquê da noiva.
Mas quem ficou em terra não perdeu a festa. Para os convidados que não puderam ir à cerimônia em alto mar, Sérgio ofereceu um jantar antes de partir para a viagem que garantiu até o transporte de Campo Grande até Santos, com dois ônibus fretados.
Investigação - Os irmãos Coutinho, segundo investigação do Gaeco, em conjunto com o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), seriam os líderes do esquema que já desviou, pelo menos, R$ 68 milhões em recursos dos cofres estaduais. Eles são donos de empresas que concorreram e ganharam várias licitações abertas pelo governo estadual, especificamente, nas secretarias de Saúde e Educação.
De acordo com apuração, os Coutinho negociavam propina para obterem ajuda dos funcionários do governo e vantagem sobre os outros concorrentes. Sérgio Duarte é dono da Maiorca Soluções e, Lucas, da Comercial Isototal Ltda.
Prisão - Na operação, desencadeada na quarta-feira (29), foram presas oito pessoas: além dos dois empresários, também estão detidos o ex-secretário-adjunto de Educação, Edio Antônio Resende de Castro, o assessor parlamentar, Thiago Haruo Mishima, o coordenador técnico da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Paulo Henrique Muleta Andrade, afastado do cargo, e as ex-servidoras, exoneradas após a operação, Simone Ramires de Oliveira Castro e Andréa Cristina Souza Lima.