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Ataque a comunidade indígena no Paraná deixa três feridos
Governo federal solicitou atuação da Força Nacional na região, que vive sob ameaças de fazendeiros desde o ano passado
12/01/2024 10h50
Por: Tribuna Popular Fonte: CNN
Comissa?o Guarani Yvyrupa/Instagram - Povo guarani do Paraná em ato contra o Marco Temporal em Brasília

Um ataque a uma comunidade do povo Avá-Guarani, em Guaíra, no oeste do Paraná, terminou com três indígenas feridos, na noite desta quarta-feira (10). Segundo denúncias, um grupo de fazendeiros teria orquestrado e encomendado o ataque contra a comunidade.


Os indígenas foram atingidos por disparos de arma de fogo e precisaram ser hospitalizado. Um deles é o líder espiritual da comunidade.


O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) informou que pediu — e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) autorizou — a atuação da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na região.


Este é o segundo ataque contra os Avá-Guarani em menos de um mês. Em 23 e 24 de dezembro a comunidade também foi alvo de ataques, que resultaram em danos materiais e ameaças aos indígenas. A Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira está em processo de regularização fundiária.


De acordo com o MPI, no dia 21 de dezembro os indígenas realizaram duas ações de retomada nas aldeias Y’hovy e Yvyju Avary e, em seguida, passaram a sofrer graves situações de ameaças e agressões por parte de grupos de não indígenas.


Na ocorrência desta quarta, a Polícia Federal foi acionada e compareceu ao local.


Segundo a Comissão Guarani Yvyrupá (CGY), os agentes fizeram o registro da ocorrência, mas não prenderam nenhum suspeito e, conforme a organização, a Polícia Federal não prestou assistência aos indígenas.


Ainda de acordo com a CGY, os ataques parecem ser uma retaliação coordenada por parte de produtores rurais e moradores da região às movimentações das comunidades Avá-Guarani dentro dos limites da Terra Indígena.


“Esta violência é uma das consequências da não demarcação dos territórios do povo Avá-Guarani no oeste do Paraná, omissão do Estado brasileiro que segue sendo causa de muitas violações de direitos, violência extrema e mortes”, afirmou a CGY.


Procurado pela CNN, o MJSP não se pronunciou sobre o ocorrido até a publicação desta matéria.


(*Sob supervisão de Carolina Figueiredo)