Há dois anos, Alice Hellmann e Ana Kreutzer se conectaram em Bonito. Assim nasceu o sonho de criar um espaço para mostrar o potencial de Mato Grosso do Sul em meio à natureza da cidade turística. Agora, prestes a ser inaugurada, a Galeria Curandêra, quer preencher as lacunas da arte e mostrar que é possível realizar trocas com a comunidade.
Para entender melhor sobre o projeto, é importante dizer que Alice é uma multi artista, desde os sete anos de idade. Apesar de ser campo-grandense, já passou por diversas cidades do mundo e deixou murais por alguns países como França, Inglaterra, Portugal e Chile.
Ana é curadora de conteúdo nas áreas de design, arte, moda, artesanato, arquitetura e interiores, além de pesquisadora. Por ser especialista em cores, já deu aulas para escolas de design em São Paulo e chegou a batizar um tom de verde da marca Suvinil como “Rio Formoso”.
As duas resolveram aproveitar a vitrine de Bonito, para evidenciar o que fica escondido. “Nos deparamos com muitas lojas que comercializam um grande volume de produtos industrializados, alguns artesanais produzidos em série e outra grande parte do artesanato é de outros estados e etnias, geralmente sem nenhuma informação cultural ou de precedência das peças”, pontuam as fundadoras.
Em contrapartida, Ana e Alice entendem que existe uma gama de artistas, designers e artesãos com grande potencial e que precisam de espaços para ganhar visibilidade.
“Nossa intenção é promover justamente esse encontro, mas de uma maneira especial e cuidadosa, por meio de uma curadoria que vai além da arte e está relacionada com a pesquisa, edição e criação conceitual de narrativas que revelam o significado simbólico do que estará exposto ali”, apresentam as empreendedoras sobre a galeria.
E, mais do que uma galeria, o espaço também quer ser um ambiente de encontros e colaborações criativas com possibilidades de aulas, oficinas de arte, encontros culturais, performances e apresentações diversas.
Para completar, sobre o nome escolhido, Ana e Alice comentam que a ideia vem de uma união entre o termo “curadoria”, que vem do latim “curare”, que significa “cuidar” com a palavra “curandeira”, que também tem origem no termo em latim e se relaciona com a cura física, espiritual e emocional.
“Inspiradas pelo poder terapêutico das águas de Bonito, criamos então nosso próprio termo, estendendo o conceito de cura também para as enfermidades sociais, econômicas e ecológicas as quais são os pilares de tudo o que nos propormos a fazer por aqui”, explica a dupla.
No próximo sábado (20), a galeria irá abrir com a exposição “Raso e Profundo”, que traz produções de Alice. O espaço fica localizado na Rua Filinto Muler, 634, centro de Bonito. O evento será realizado entre 16h e 22h, aberto ao público.