Muitas famílias aproveitam para viajar durante o período de férias e, geralmente, quem tem animal de estimação se vê diante de duas opções: pegar a estrada com eles ou deixá-los sob os cuidados de uma pessoa de confiança.
Segundo uma pesquisa realizada pela plataforma digital hoteis?com, 82% dos brasileiros optam pela primeira opção e viajam acompanhados de seus pets. Mas essa escolha precisa de alguns cuidados para que a viagem seja segura e confortável também para o animalzinho.
Karla Bretz, veterinária do Centro Universitário Newton Paiva, enfatiza a importância do transporte correto dos pets nas viagens de carro. Deixar o animal solto no veículo pode provocar acidentes e violar leis de trânsito.
No Código de Trânsito Brasileiro (CTB), não há um artigo que detalhe como o animal deve ser transportado, porém, há regras sobre o que não pode, como levar o animal na carroceria ou dirigir com ele no colo ou no banco do passageiro.
“Cães e gatos devem estar de peitoral e guia adaptada ou caixas específicas de transporte individuais, de acrílico ou material similar, ou mesmo em uma bolsa de transporte própria para viagens, presa pelo cinto de segurança do veículo. É importante o uso de peitoral e não de coleira simples, para evitar estrangulamento ou lesões na cervical do animal”, explica a veterinária.
Além de ter atenção com o transporte confortável e seguro do pet, é fundamental que ele esteja acostumado a andar de carro para não ficar estressado e com medo. Caso o bichinho nunca tenha andado no automóvel, os especialistas recomendam que, uma semana antes da viagem, você dê pequenas voltas com o pet no veículo.
“Levar os brinquedos favoritos do pet, bem como caminhas e mantinhas, proporciona familiaridade e distração, e ajuda a criar um ambiente reconfortante durante o percurso. Tudo isso contribui para o bem-estar dos pets durante a viagem de carro, tornando a experiência mais agradável e menos estressante para os pets”, observa Priscila Rizelo, veterinária e coordenadora de comunicação científica da Royal Canin Brasil.
Assim como para nós, ficar horas na mesma posição em um carro pode ser desconfortável e exaustivo para os animais. Por isso, a recomendação é fazer paradas a cada duas horas.
Em cada parada, deve-se retirar o animal do carro e permitir que ele ande com a coleira, beba água e faça suas necessidades fisiológicas. Essas paradas regulares ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade do pet durante a viagem.
Raças braquicefálicas, aquelas de focinho achatado, como pugs e buldogues, necessitam de paradas ainda mais frequentes.
Outro cuidado essencial é com a alimentação do pet durante a viagem. É recomendável levar a ração ou a comida habitual do animal, para evitar mudanças bruscas na dieta que possam causar problemas digestivos.
Alguns animais podem ter enjoos ou vômitos durante o trajeto. Por isso, é bom evitar alimentá-los logo antes da partida. O indicado é que a refeição seja feita duas horas antes da partida.
Caso seja necessário, o veterinário pode indicar medicamentos para aliviar os sintomas. Não devemos dar medicamentos humanos, pois eles podem ser prejudiciais aos pets.
Esteja atento ao comportamento do pet durante a viagem. Se notar sinais de desconforto ou estresse, ajuste o plano da viagem conforme necessário, considerando mais paradas.
Além do transporte, outro aspecto importante a considerar é o local em que ficará hospedado com o animal de estimação. É necessário observar se o espaço aceita receber pets e é preparado para isso.
No Brasil, há cerca de 7 mil opções de estabelecimentos pet friendly, sendo as cidades mais procuradas Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre.
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