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Aos 18 anos, eles ‘estreiam’ na bebida como se não houvesse perigos
Jovens falaram sobre relação com álcool e como é alcançar maioridade bebendo sem restrições, apesar dos riscos
14/02/2024 12h04
Por: Tribuna Popular Fonte: Campo Grande News
- Copos com bebidas destiladas são uma das sensações entre os jovens. (Foto: Juliano Almeida)

Uísque, kit de vodka com energético, cerveja e por aí vai. Seja destilado ou não, a bebida rola solta na mão dos jovens que recém alcançaram a maioridade. No Carnaval não é preciso andar muito para ver pequenos ou grandes grupos de pessoas segurando copos coloridos de diferentes misturas, algumas bem duvidosas.


No Brasil é proibido vender, oferecer ou entregar bebidas alcoólicas a menores de 18 anos em qualquer circunstância. Na prática, a lei não impede ninguém de experimentar ou começar a beber antes da maioridade, porém, é após cruzar essa linha que os jovens se sentem ‘livres’ para comprar o que quiserem e onde quiserem.


No último dia de bloco de rua, conversamos com a galera que vive essa novidade para saber como é a relação deles com a bebida e o que muda ao completar os 18 anos.


É o primeiro Carnaval que Tatina Alves, de 18 anos, pode beber sem restrições. Como não tem experiência com a bebida, ela ainda está se acostumando e descobrindo o que prefere tomar. “Eu tô começando agora e ainda não gosto muito. Eu comecei a tomar cerveja, não gostei e agora comecei a tomar o kit porque é um pouco mais doce”, diz.


Devido a aparência, os vendedores ainda desconfiam da jovem que precisa constantemente mostrar a identidade. Isso não é nenhum problema porque no fim ela gosta de poder provar que já tem 18 anos. “Eles ainda duvidam um pouco e tem que ficar mostrando a identidade, mas eu gosto disso”, afirma.


Diferente da amiga, Eduardo Pires, de 18 anos, já está acostumado ao gosto de algumas bebidas. Apesar de ‘aceitar o que tiver’, ele garante que não abusa. “Eu bebo o suficiente e socialmente para conseguir me divertir”, diz.


Eduardo completou a maioridade no ano passado e é a primeira vez que pode comprar bebida no bloco de rua sem ser impedido por alguém. “É um pouco de liberdade porque antes de ter 18 anos não dá para ficar comprando. É uma liberdade muito grande você saber que pode beber”, comenta.


Cauan Souza Martins, de 20 anos, já fez sua estreia no Carnaval podendo beber há três anos. Antes disso, o jovem explica que pedia para amigos comprarem a bebida. “Quando eu era menor pedia pros meninos mais velhos, mas agora é RG no bolso e está tudo certo”, destaca.


Sem precisar recorrer a mais ninguém, Cauan enfrenta de vez em quando a desconfiança dos vendedores. É nessas horas que a maioridade é questionada, mas para ele isso também não é nenhum problema. “No mercado uma vez ou outra o pessoal pede, mas não é todo dia porque compro onde já me conhecem. Aqui e em outros lugares é suave”, garante.


Próximo ao Bar do Zé Carioca, na Rua General Melo, Luan Brites Almeida estava vendendo os conhecidos ‘kits’ de vodka com energético e copos de 500 ml de uísque. Essas bebidas são uma das que ele gosta de tomar quando está acompanhado. “Eu bebo mais com os amigos e família em socialzinha. Eu gosto de destilado, cerveja, qualquer coisa”, diz.


Por já ter completado 18 anos, ele é da turma que já pode se virar no bar ou em qualquer mercado na hora de comprar bebida alcoólica. Quando pode fazer isso pela primeira vez, Luan se lembra como foi a sensação. “Foi bom porque quando você é de maior você quer comprar a sua bebida”, afirma.


Leonardo Sanches da Silva, de 18 anos, também estava vendendo bebidas no Carnaval. Para ele completar a maioridade não mudou muita coisa na questão de consumo, pois ele não é muito fã de álcool.  “Foi mais por causa dos outros que comecei a beber, mas eu não gosto muito não. Eu gosto de ficar mais em casa paradão. Eu não bebo muito, mas quando bebo gosto de copão de uísque”, explica.


Em casa, Leonardo relata que antes dos 18 anos sempre teve abertura para vez ou outra ingerir bebidas alcoólicas. Diferente da maioria, o jovem não viu a mudança de idade como uma ‘liberdade’. “Eu sempre tive liberdade para comprar essas coisas porque meus pais nunca foram sérios em relação a isso porque nunca gostei de beber muito”, pontua.


Luiz Henrique Almeida dos Santos, de 18 anos, é outro que diz não beber muito. Antes disso, ele não enfrentava problemas para comprar a própria bebida já que aparentava ser maior de idade. “Eu já comprava com os meninos de boas. Os caras analisam mais o tamanho, o pessoal já achava que eu tinha 18 anos”, comenta. Hoje quando bebe, ele é outro adepto do copão de uísque com gelo de água de coco.