O ministro da Fazenda decidiu assumir posição de neutralidade na disputa pelo comando da Petrobras. Segundo interlocutores de Fernando Haddad, ele reforçou a Lula sua posição pessoal na segunda-feira (8). Os dois tiveram encontro para tratar desse tema.
A visão de Haddad é de que a política não poderia suprimir o debate técnico relativo à gestão da companhia, cenário diferente do que vem acontecendo.
Nos bastidores, interlocutores do ministro criticam a postura de Jean Paul Prates e Alexandre Silveira, que deixaram as divergências virem a público e virarem o centro de uma nova crise do governo.
O presidente da petrolífera e o ministro de Minas e Energia têm posições antagonistas sobre temas relacionados a investimentos, obras e transição energética, por exemplo.
A decisão de neutralidade justifica, segundo pessoas próximas a Haddad, tanto a ausência de defesas públicas do trabalho e da permanência de Jean Paul Prates quanto a não adesão ao coro de Silveira e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que estariam mais inclinados a uma troca no primeiro escalão da companhia.
A disputa fez com que a equipe de Haddad se aproximasse dos diretores da Petrobras, que têm perfil mais técnico e tocam o dia a dia da petrolífera.
Na noite dessa segunda, Haddad comentou o tema, em Brasília. “O que eu discuto com o presidente são cenários econômicos da empresa e do Executivo”, esse o ministro.