Quer ter planta em casa, mas vive vendo suas espécies capengas na terra? Uma dica é tentar o "plantio" em vasos com água, uma opção que facilita os cuidados e ajuda quem tem pouco espaço em casa ou no ambiente de trabalho.
No cenário geral, existem diversas espécies de plantas capazes de se desenvolver apenas com as raízes submersas em um recipiente com água. De casas a salas de escritório, o cultivo de plantas na água é uma alternativa prática para adicionar um toque verde e dar um “charme” a mais em ambientes internos.
Ideal para quem mora em apartamento e não dispõe de bons espaços com incidência de luz solar e jardins de terra, ou até mesmo para tornar o ambiente esteticamente mais atraente e bonito, essas plantas exigem cuidados, tanto quanto as plantas cultivadas no solo, porém ser a parte em que as mãos - e o chão - ficam sujos de terra.
De acordo com a engenheira agrônoma e paisagista, Aline Almeida, o cultivo de plantas na água está se tornando cada vez mais popular, principalmente em ambientes corporativos, justamente por ser uma forma de cultivo mais simplificada, quando utilizada apenas para fins estéticos, além de ser uma forma eficiente de propagar mudas.
Para iniciar o cultivo em água, a profissional explica que o primeiro passo é escolher plantas que desenvolvam raízes visíveis e superficiais. As opções são variadas, e incluem jiboia, singônio e costela-de-adão.
Também existem espécies que podem ser cultivadas na água apenas cortando uma parte da planta, como é o caso da dracena cordeline, bambu da sorte, comigo ninguém pode, ficus lirata e espada de São Jorge.
Plantas como alecrim, pau-dágua, lagrimas de bebê, begônia, monstera e pilea também se desenvolvem bem na água. Outro destaque é a flor de lótus, que pode ser uma boa opção de planta ornamental aquática, ideal para quem tem mais espaço em casa.
Para preparar a muda, basta cortar um pedaço do galho com raízes, higienizar bem e colocar na água, de forma que as raízes não fiquem completamente submersas, para que possa ser feita a troca de oxigênio. Segundo Aline, é normal que algumas raízes se projetem para fora da água com o tempo.
A exposição direta aos raios solares pode danificar a planta, por isso o ideal é cultivá-las em recipientes de vidro, para que as raízes fiquem visíveis e colocá-las em locais com meia sombra e boa ventilação. Os recipientes comumente usados são os mais variadores possíveis, desde decantadores de vinho, garrafas e potes, desde que bem higienizados.
Para nutrir as plantas, pode ser adicionado uma ou duas gotas de adubo líquido na água, além de uma pequena quantidade de água sanitária para prevenir contaminação, conforme orienta a paisagista.
Apesar de ser mais simples e demandar menos trabalho que o cultivo no solo, esse tipo de cultivo não se resume a colocar a planta na água e esquecê-la dentro de casa. Aline alerta que é preciso ficar atento à proliferação do mosquito da dengue, e ressalta que é essencial trocar a água regularmente e higienizar o recipiente no mínimo uma vez por semana.
“Diferentemente do cultivo em solo, não requer preparação específica, o que o torna acessível a todos. Seguindo essas orientações básicas, as plantas podem durar por bastante tempo na água. Com o tempo, elas podem até mesmo desenvolver raízes e brotações extras, permitindo a propagação e o replantio em vasos com terra”, explica a paisagista.
Jiboia
Ela se adapta em qualquer tipo de vaso, preferencialmente transparente, e o ambiente ideal para a espécie é um em que tenha luz indireta do sol. A planta cresce rapidamente, e pode chegar aos dois metros de comprimento em um ano de cultivo.
Singônio
É considerada uma planta fácil de cuidar e fácil de ser encontrada em floriculturas. Ela tem boa adaptação à água, e cria raízes e novas folhas em apenas algumas semanas, além de ser muito resistente.
Costela de adão
É uma planta que não deve ser exposta diretamente à luz do sol, e se adapta bem a ambientes parcialmente iluminados. Para cultivá-la na água, basta cortar uma parte do caule e deixá-lo submerso em um vaso cheio.
O ambiente ideal é um local com luz indireta do sol, perto da janela ou de uma porta. O contato direto com os raios solares deve ser evitado, para evitar queimar suas folhas e prevenir o crescimento de algas.
Comigo-ninguém-pode
Trata-se de uma espécie tropical, que pode chegar até dois metros de comprimento, porém quando cultivada, ela raramente alcança este tamanho. Para que a planta sobreviva, é necessário trocar a água do vaso regularmente e deixá-la sob luz indireta do sol.
Espada de São Jorge
É uma espécie que se adapta a diversos ambientes, porém sua preferência é pela luz indireta do sol e sombra, por esse motivo é uma ótima opção para ambientes fechados. Para cultivar, ao retirar as folhas da terra, elas devem ser muito bem lavadas, e colocadas em um recipiente com água que cubra a parte grossa da raíz (geralmente onde a coloração é mais escura).
Para a manutenção é preciso trocar a água do vaso uma vez ou outra, depois que a muda formar raízes.
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