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Puccinelli acusa União Brasil de sabotagem e desiste após "NÃO" do PL
Ex-governador revela interferências e aliança de Bolsonaro com reeleição de Adriane Lopes
25/06/2024 16h37 Atualizada há 7 meses
Por: Tribuna Popular Fonte: Redação
Ex-governador chegando no diretório do MDB com o folclórico uno vermelho (Foto: Fernanda Palheta)

Em reunião no diretório do partido nesta terça-feira (25), o ex-governador André Puccinelli (MDB) anunciou oficialmente sua desistência na corrida pela Prefeitura de Campo Grande nas eleições deste ano. Em uma carta aberta ao público, Puccinelli detalhou as dificuldades enfrentadas nas negociações políticas e acusou o União Brasil de sabotar uma aliança com o Solidariedade, resultando em sua decisão de não disputar o pleito.

"Para uma disputa majoritária em nossa capital são necessários apoios estruturais e políticos", afirmou Puccinelli. Ele revelou que, há cerca de um mês, o União Brasil interferiu diretamente, bloqueando a aliança planejada com o Solidariedade, que era esperada para fornecer a base política necessária à sua candidatura.

O ex-governador buscou apoio em Brasília, onde se reuniu com figuras importantes como Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, e Paulinho da Força, do Solidariedade. "O MDB nacional fez todo o esforço possível para dar condições de disputar a Prefeitura de Campo Grande", enfatizou.

No entanto, o apoio do PL não se materializou. Valdemar da Costa Neto foi categórico ao afirmar que o partido já havia se comprometido com a senadora Tereza Cristina, alinhando-se assim à reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP). "Valdemar, presidente do PL, foi taxativo em dizer que Bolsonaro já tinha assumido a palavra com a senadora Tereza e que apoiaria a quem ela indicasse", relatou Puccinelli.

Ex-governador expondo situação ao membros do partido (Foto: Fernanda Palheta)

 

Frustrado com as dificuldades e a falta de suporte necessário, Puccinelli decidiu abrir mão da candidatura à prefeitura. "Apesar de insuficiente o apoio estrutural, o mais importante em disputa majoritária em uma capital é o apoio político", destacou.

Ele anunciou que não apenas desistiu da corrida pela prefeitura, mas também não se candidataria a vereador ou a uma possível figuração como vice em alguma chapa majoritária. "Não serei candidato a prefeito e, em consideração a eles, sequer serei candidato a vereador", declarou. "Apoiarei o que a maioria definir em consulta escrita que nesta ocasião estará sendo elaborada", disse o emedebista.

Apesar de sua decisão de não concorrer este ano, Puccinelli deixou claro que suas ambições políticas permanecem. Ele afirmou que, apesar do clamor popular por sua candidatura, não disputará o governo em 2026 devido a um acordo feito em 2022, no qual ficou acertado o apoio ao governador Eduardo Riedel (PSDB). No entanto, ele expressou a intenção de disputar um cargo eletivo em 2026, preferencialmente ao Senado, caso esteja bem posicionado nas pesquisas.

"Falam-me que o legado não pode ser abandonado. Não sei se muito ou pouco legado deixei à minha querida capital morena, mas afirmo que não abandono a luta política e que pretendo, além de me empenhar neste ano, estar em 2026 disputando cargo eletivo", concluiu Puccinelli.

*Com informações de Campo Grande News