Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou inquérito civil para apurar danos ambientais causados por atividade agrícola, em que aplicação de agrotóxicos em áreas de proteção permanente tem contaminado os recursos hídricos da região de Bonito, que atrai turistas por conta das águas cristalinas de rios, mas que tem ficado turvos após chuvas. A abertura do procedimento será publicada no Diário Oficial do MPMS de segunda-feira (7).
Fiscalização realizada em setembro do ano passado pela Polícia Militar Ambiental (PMA), constatou que proprietária de uma fazenda do município destruiu e substituiu áreas de preservação permanente (APP) por cultivos de soja e milho. Nascente e um córrego teriam sido valetados entre os anos de 2013 e 2017, sem autorização ambiental. Na época, fazendeira foi multada em R$ 28,8 mil.
Os documentos com as constatações da infração foram encaminhados ao Ministério Público e a 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Bonito instaurou o inquérito civil para apurar os impactos ambientais causados pelas atividades irregulares.
Segundo documentos do inquérito, a propriedade tem área total de aproximadamente 1.146,73 hectares e, atualmente, parte é destinada a pecuária bovina e a outra ao cultivo sazonal de milho e soja.
Além da degradação da área de preservação, há o agravante de que os agrotóxicos utilizados na lavoura são aplicados praticamente dentro da nascente e da valeta, o que acaba por contaminar as águas que escorrem para o córrego que delimita a propriedade, podendo causar, por consequência, a contaminação de outros rios para onde as águas correm.
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