Economia Negócios
Santa Catarina ganhará centro para reabilitação cardíaca
De atendimento 100% gratuito, projeto é custeado por doações de empresários, que buscam novos parceiros para finalizar as obras.
09/10/2024 18h55
Por: Tribuna Popular Fonte: Agência Dino

A falta de espaço e de estrutura adequada para atender pacientes cardíacos motivou um grupo de médicos e empresários catarinenses a se unirem em prol de um novo centro de referência para reabilitação cardíaca na capital. A WOA Empreendimentos e o Hotel Cambirela são as duas primeiras empresas a mobilizarem recursos para iniciar a construção, que está sendo erguida em um terreno ao lado do Hospital Regional São José, na Grande Florianópolis, em uma área de quase 500 metros quadrados. A ideia é que o novo espaço tenha capacidade diária de atender 120 pacientes  a partir de um trabalho multidisciplinar conduzido por profissionais das áreas de cardiologia, fonoaudiologia, fisioterapia, nutrição e psiquiatria.

As obras já estão avançadas, no entanto, ainda faltam recursos para finalizá-las, como comenta um dos responsáveis pela iniciativa, o médico cardiologista Dr. Artur Haddad Herdy, presidente do Centro de Estudos do Instituto de Cardiologia do hospital. “O valor estimado do projeto é de dois milhões e meio de reais e destes já foram captados oitocentos mil. São recursos provenientes de editais, pesquisas e de doações que estamos recebendo, mas ainda falta verba para a construção de pisos adicionais para atender a demanda que o Hospital São José não consegue suprir”, explica. A previsão é iniciar a operação até o final do primeiro semestre de 2025.

Atual atendimento existente esbarra na falta de infraestrutura e recursos

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte não só no Brasil, mas em todo o mundo. Para prevenir a reincidência, diminuir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com esse problema, a reabilitação é fundamental para que esses pacientes possam retomar as atividades do dia a dia.

Com esse objetivo, surgiu o já existente Centro de Reabilitação Cardíaca do Instituto de Cardiologia de São José, anexo ao Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis. Criado em 1998 e referência no estado, o local foi levantado para atender a demanda proveniente dos atendimentos neste hospital.

No decorrer de seus 26 anos de existência, porém, a prestação de serviços de qualidade focadas no tratamento de pacientes cardíacos passou a esbarrar na falta de infraestrutura e de recursos. Diante deste cenário, o Centro de Estudos do Instituto de Cardiologia do Hospital São José tem sido o lugar que melhor viabiliza os atendimentos, mas ainda assim não é o suficiente para contemplar toda a demanda, como explica Dr. Artur Haddad Herdy. “Começamos a realizar os atendimentos em um quarto dentro do hospital, porém a demanda sempre foi superior à capacidade. Em 2017, passamos a utilizar a sede física dos servidores, um espaço amplo e onde podíamos prestar toda assistência necessária. Contudo, no final de 2022, tivemos que desocupar o local e ficamos sem espaço para a continuidade dos tratamentos”, salienta.

O médico explica, ainda, quais foram as tratativas seguintes a esse episódio: “Firmamos uma parceria com a Udesc, direcionando alguns pacientes para um projeto no Cefid, em Coqueiros, mas mesmo assim não conseguimos compreender nem 5% dos pacientes.” Até 2022, cerca de 500 pacientes eram atendidos por mês, por meio de tratamento totalmente gratuito, o que garantia a retomada de suas atividades diárias.

Foi então que, com a inexistência do serviço, Dr. Artur e outros profissionais resgataram um projeto antigo para a criação do centro de referência para reabilitação cardíaca. “Conseguimos, junto à Secretaria da Saúde, a concessão desse terreno ao lado do hospital, e agora buscamos parceiros para finalizar a operacionalização”, completa.

A intenção, como destaca o Dr. Artur, um dos coordenadores do projeto, é inaugurar o espaço ainda em 2024 e, com isso, retomar os atendimentos necessários para que os cidadãos tenham condições de seguir com suas rotinas de maneira digna. “Após passar pelo procedimento, independentemente da gravidade, o cidadão precisa de um direcionamento, que demanda atendimento individualizado e multidisciplinar. Por isso, estamos buscando parceiros, empresários e empresas que abracem a causa conosco”, pontua o médico.

Empresas e empresários juntos pela saúde

A família Koerich, à frente da WOA, é uma grande parceira de iniciativas que visam o desenvolvimento social e urbano de Florianópolis e região. Na área da saúde, além do Hospital Regional, também investe no projeto do novo centro voltado à reabilitação cardíaca e está empenhada em mobilizar novos apoiadores. “É uma honra para a WOA poder contribuir com a construção desse centro de referência para reabilitação cardíaca. Acreditamos que investir na saúde e no bem-estar das pessoas é uma forma de devolver à comunidade o apoio que sempre recebemos. Esse projeto reforça nosso compromisso com o desenvolvimento social, oferecendo estrutura e tecnologia de ponta para garantir que muitas vidas sejam transformadas e recuperadas. Estamos orgulhosos de fazer parte dessa iniciativa e confiantes de que o impacto será significativo e duradouro", destaca Waltinho Koerich, diretor da WOA.

De acordo com o Dr. Artur, inúmeros trabalhos científicos publicados ao redor do mundo comprovam o papel dos programas de reabilitação na melhora da qualidade de vida, da capacidade cardiorrespiratória, bem como na sobrevida. “Por essa razão, nas diretrizes de doenças cardíacas, a reabilitação cardíaca tem alto nível de recomendação, o que fortalece ainda mais a causa”, completa o médico.

Como ajudar?

Os interessados em conhecer o projeto e apoiar podem entrar em contato pelo e-mail lilianafg@gmail.com ou telefone  48 98403-6519. “Sabemos que a reabilitação é um processo longo, oneroso e vital para pacientes cardíacos e sabemos também que o novo centro de referência, além de dar celeridade aos procedimentos realizados dentro do hospital, trará ainda mais visibilidade para a excelência da saúde catarinense”, finaliza Artur Haddad Herdy.