Estado Venda de Sentença
PF afasta presidente e futuro presidente do TJ, três desembargadores e conselheiro do TCE
Magistrados vão ter de usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de entrar no tribunal. Procurador, advogados e empresários também são alvos de investigação. TJ de MS ainda não se manifestou sobre o caso.
24/10/2024 08h38
Por: Tribuna Popular Fonte: O Jacaré
Operação investiga presidente do TJ, futuro presidente e vice-presidente, desembargadores e corregedor geral do TCE (Foto: Arquivo)

A Operação Utima Ratio, deflagrada nesta quinta-feira (24) pela Polícia Federal para investigar vendas de sentença, afastou do cargo o atual e o futuro presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, respectivamente, Sérgio Fernandes Martins e Sideni Soncini Pimentel, e três desembargadores da corte, e o juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível de  Campo Grande.

 Também foi afastado do Osmar Domingues Jeronymo, corregedor-geral do Tribunal de Contas do Estado. Ele é o 4º dos sete conselheiros afastados do cargo da corte fiscal.

O Superior Tribunal de Justiça determinou o afastamento e o monitoramento eletrônico dos desembargadores Sérgio Martins, Sideni Pimentel, o futuro vice-presidente do TJ, Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Bastos e o ouvidor judiciário, Marcos José de Brito Rodrigues, o juiz Paulo Afonso de Oliveira.

A investigação é continuidade da Operação Mineração de Ouro, que já tinha levado ao afastamento e monitoramento eletrônico de dois ex-presidentes do TCE, os conselheiros Iran Coelho das Neves e Waldir Neves Barbosa, e o ex-corregedor, Ronaldo Chadid. Eles estão afastados desde 8 de dezembro de 2022.

De acordo com a PF, a nova operação tem o objetivo de investigar possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.

Estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça em Campo Grande/MS, Brasília/DF, São Paulo/SP e Cuiabá/MT.

O STJ determinou o afastamento do exercício das funções públicas de servidores, a proibição de acesso às dependências de órgão público, a vedação de comunicação com pessoas investigadas e a colocação de equipamento de monitoramento eletrônico.