Por:
Diones Marta de Aquino Gonçalves Dehn–
Escrivã de Polícia lotada na DP Bela Vista/MS.
Fortes, resilientes, corajosos, durões e até insensíveis são comuns descrições destinadas aos policiais. Trabalhar servindo e protegendo, geralmente em ambientes e com pessoas hostis traz alguns filtros e escudos que inevitavelmente são usados. Entre as poucas coisas que desalinham esse pensamento é a morte de um colega.
Quando a notícia chega traz consigo um silencio que leva à reflexão da nossa própria vida. Esse distanciamento da dor da morte, quase uma indiferença que sentimos por conta do nosso ofício, é quebrado. Paralisamos por instantes, sabendo que quando morre um policial todos nós em parte também morremos.
Pensamos nas circunstâncias da morte e quem a causou, pensamos se faríamos do mesmo modo e inevitavelmente pensamos na família do colega como se fosse a nossa. Vem-nos a mente a esposa ou o esposo, os filhos, os familiares, nossas mães. Nosso equilíbrio por um tempo se desfaz e somos tomados pela dor, pela indignação e pela revolta. Queremos justiça, como todos que perdem alguém querido brutalmente. A dor da morte de um colega policial nos torna iguais a todos na dor.
Relendo um artigo aqui publicado, intitulado A IMORTALIDADE E O POLICIAL CIVIL – escrito pelo Delegado de Polícia Sidnei Alberto, nos confortamos ao pensar que a morte física não levará ao esquecimento, pois continuamos vivos pelo que fizemos. Nascemos para uma nova vida quando entramos em exercício na carreira policial e mesmo que não estejamos mais na lista dos ativos sempre seremos policiais. Nossa herança é o trabalho deixado, a missão cumprida.
Claudiane Carrilho, Luciano da Silva Procópio, Maurício Bortoluzzi Cadore, Bruno Leandro da Silva, Allan Martia, Dirceu Rodrigues dos Santos, Weslen de Souza Martins, Marcílio de Souza, Katyane Mecutes Amaro de Souza, Claudio Roberto Alves Duarte são apenas alguns nomes dentre os muitos policiais civis que deixaram sua marca em nós.
Essa dor infelizmente nunca terminará, as baixas sempre existirão, mas como diz o Hino da Polícia Civil: “Em minha luta aguerrida, Eu arrisco a minha vida, É meu dever servir”. Paralisamos por instantes, orando pelos familiares, mas tão rápido já estamos reunindo forças e armas para buscar a JUSTIÇA.
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