Sem sucesso na busca por jogadores mais experientes e bem ranqueados, o Rio Open deste ano aposta em jovens promessas para compensar a ausência de tenistas consagrados. A competição, que contou com o espanhol Rafael Nadal em suas três primeiras edições, entre 2014 e 2016, terá início nesta segunda-feira, 18, no Jockey Club Brasileiro. O torneio do Rio de Janeiro terá o austríaco Dominic Thiem, oitavo do mundo, como destaque entre os mais experientes. Thiago Wild, do Brasil, Félix Auger-Aliassime, do Canadá, e Jaume Munar, da Espanha, são as promessas que sonham com o título.
Thiago Wild, campeão juvenil do US Open do ano passado, garantiu a vaga na chave principal ao faturar a Maria Esther Bueno Cup, torneio criado pelo próprio Rio Open para dar oportunidade aos juvenis brasileiros.
Assim como Thiago Wild, Félix Auger-Aliassime tem 18 anos, mas já compete em nível mais elevado. Com resultados precoces em torneios de nível Future e Challenger, com apenas 14 anos, ele já ouviu comparações até com o suíço Roger Federer. Jaume Munar, de 21 anos, é o principal representante da nova geração espanhola. Em 2018, se tornou o mais jovem do seu país a entrar no Top 100 do ranking desde Rafael Nadal.
Os jovens ganharam atenção da maior competição sul-americana de tênis também no qualifying. A organização deu convites para os brasileiros Natan Rodrigues, de 17 anos, Mateus Alves, de 18, e Rafael Matos, de 23. “Desde a primeira edição procuramos valorizar a nova geração do tênis brasileiro, além de oferecer oportunidades para que os jogadores em transição para o profissional sintam o que é o circuito de fato, conheçam os desafios que a carreira requer no alto nível de competição e amadureçam profissionalmente”, disse o diretor do torneio, Luiz Carvalho.
Torneio esvaziado
Os tenistas mais jovens ganharam força nas chaves do torneio também em razão da ausência de nomes de maior peso. Em termos de ranking, esta é a chave mais fraca do Rio Open em suas seis edições. Nos cinco torneios já disputados, a organização tinha ao menos dois tenistas do Top 10 na chave. Chegou a ter três em 2016, com Rafael Nadal, o também espanhol David Ferrer e o francês Jo-Wilfried Tsonga. Desta vez, será apenas um, o austríaco Dominic Thiem, atual número 8 do mundo. Nos últimos anos teve ainda o japonês Kei Nishikori e o croata Marin Cilic, ambos vice-campeões de Grand Slam.
“O ano de 2019 vai ser um ano atípico em relação a isso. Falamos com mais de 20 jogadores, todos nível top, de um a 20 (do ranking), praticamente todos. Acabou ficando com 4 entre o Top 20”, afirmou Luiz Carvalho. “Infelizmente, não conseguimos outros. Estamos desapontados porque fizemos um trabalho super agressivo para ter uma (boa) lista de jogadores. Mas não é por isso que vamos acreditar que o evento não será um sucesso”.
A ausência de medalhões se explica, em parte, pelo lugar pouco confortável que o Rio Open ocupa no calendário, entre o Aberto da Austrália e os Masters 1000 de Indian Wells e Miami, ambos nos Estados Unidos. Todos são disputados em quadra dura. Por ser no saibro, a competição brasileira exigiria uma forte adaptação dos tenistas em meio a esta sequência de quadras mais velozes. É por essa razão que a organização do Rio Open vem tentando nos últimos anos, sem sucesso, mudar o seu piso para superfície dura – o local adequado neste caso seria o Centro Olímpico de Tênis, estrutura erguida para os Jogos do Rio-2016.
Nesta edição do Rio Open, os demais destaques da chave são os italianos
Fabio Fognini (15° do mundo) e
Marco Cecchinato (18°) e o argentino
Diego Schartzman (19°), atual campeão. Entre os brasileiros, há apenas Thiago Wild e Thiago Monteiro, ambos por convite, na chave principal. Nas duplas, estão garantidos Bruno Soares e Marcelo Melo, jogando juntos, Marcelo Demoliner e o dinamarquês Frederik Nielsen, Thomaz Bellucci jogando ao lado de Rogério Dutra Silva e Thiago Monteiro formando dupla com Fernando Romboli.
Confira os jogos dos cabeças-de-chave e dos brasileiros nesta primeira rodada
Simples 8°-Dominic Thiem (Áustria) x 90°-Laslo Dere (Sérvia)
445°-Thiago Wild (Brasil) x 73°-Taro Daniel (Japão) 46°-Guido Pella (Argentina) x 40°-João Sousa (Portugal)
17°-Marco Cecchinato (Itália) x 83°-Aljaz Bedene (Eslovênia)
99°-Pedro Sousa (Portugal) x 126°-Thiago Monteiro (Brasil) 63°-Pablo Cuevas (Uruguai) x 19°-Diego Schartzman (Argentina)
104°-Félix Auger-Aliassime (Canadá) x 16°-Fabio Fognini (Itália)
Duplas Marcelo Melo/Bruno Soares (Brasil) x Fabio Fognini (Itália)/Juan Ignacio Londero (Argentina) Thomaz Bellucci/Rogério Dutra Silva (Brasil) x Cameron Norrie (Grã-Bretanha)/João Sousa (Portugal) Pablo Cuevas (Uruguai)/Marc López (Espanha) x Marcelo Demoliner (Brasil)/Frederik Nielsen (Dinamarca) Austin Krajicek (EUA)/Artem Sitak (Nova Zelândia) x Nikola Mektic (Croácia)/Horacio Zeballos (Argentina)
Thiago Monteiro/Fernando Romboli (Brasil) x Luke Brambridge/Jonny O’Mara (Grã-Bretanha) Guido Pella/Diego Schwartzman (Argentina) x Juan Sebastián Cabral/Robert Farah (Colômbia)
*Veja