Segundo especialistas, a forma de construir relações profissionais está passando por uma significativa transformação. Em vez de manter conexões estritamente formais e focadas em interesses transacionais, um número crescente de líderes empresariais migra para comunidades de networking colaborativo, na qual o foco está na troca de conhecimentos e no fortalecimento mútuo.
Esse tipo de relacionamento se aproxima do conceito de Netweaving, criado em 2003 por Robert “Bob” Littell, autor de The Heart and Art of Netweaving: Building Meaningful Relationships One Connection At a Time. Segundo Littell, o Netweaving incentiva que profissionais construam laços autênticos e de apoio recíproco, em vez de priorizar apenas benefícios individuais. Estudos sobre redes colaborativas, como os conduzidos pelo professor Rob Cross, da Universidade da Virgínia, reforçam essa visão. Segundo Cross, profissionais de alto desempenho tendem a manter redes menores e “abertas”, conectando-se com indivíduos de diferentes áreas e especialidades, o que, segundo ele, está associado a benefícios como salários mais altos, promoções mais rápidas e um propósito profissional mais claro.
No Brasil, o conceito de Netweaving é uma inspiração para a REDE Líderes Digitais, que aplica um modelo de conexão chamado Peer-to-Peer-to-Business (P2P2B). “Nosso modelo incentiva que as pessoas estabeleçam conexões colaborativas e voltadas a um propósito comum antes de explorarem qualquer oportunidade de negócio”, afirma Vitor Magnani, CEO da REDE Líderes Digitais. Ainda segundo ele, essa abordagem tem se mostrado eficaz para as mais de 220 lideranças de inovação digital que participam da REDE. Com encontros regulares e discussões voltadas a desafios concretos, o modelo visa gerar valor para os membros da comunidade e apoiar a transformação organizacional dos participantes.
Além disso, o modelo de conexão P2P2B se propõe a superar algumas limitações observadas no networking tradicional, como a falta de métricas e o retorno sobre investimento (ROI) de eventos corporativos. De acordo com Magnani, as interações na REDE se afastam do padrão transacional comum, “onde há apenas troca de cartões e conversas superficiais, sendo baseadas em trocas reais de experiências, conhecimento e apoio prático”. No contexto do setor B2B, em que mensurar a qualidade de leads qualificados e a taxa de conversão é um desafio, o modelo P2P2B da REDE Líderes Digitais busca criar conexões voltadas para parcerias e alianças estratégicas.
O modelo também promove encontros entre profissionais de áreas diversas, como CEOs, CTOs, CISOs e responsáveis por CX, entre outros. Essa diversidade, segundo Magnani, é essencial para o sucesso. “Hoje, qualquer profissional precisa de uma visão interdisciplinar para se manter competitivo”. Em 2025, a REDE prevê a realização de mais de 30 encontros desse tipo, nos quais o foco estará na troca de experiências práticas e na cooperação para o crescimento profissional.
Entre os benefícios mais importantes do P2P2B estão:
Segundo o CEO da REDE, o modelo P2P2B permite que o netweaving e os princípios de colaboração se tornem aplicáveis e mensuráveis para empresas em transformação digital no Brasil, oferecendo uma alternativa ao networking tradicional.
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