A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vai apresentar ao presidente do Paraguai, Mário Abdo Benítez, na próxima quinta-feira (14) um documento redigido pelo governo do Estado de Mato Grosso do Sul com orientações e solicitações para que o país vizinho siga os procedimentos quanto a construção da ponte da Rota Bioceânica.
O documento tem por objetivo a manutenção do que havia sido estabelecido anteriormente quando a licitação da obra seria de responsabilidade do Brasil. Com a mudança do certame para o Paraguai existe a necessidade de um consenso para que as prioridades do Brasil sejam garantidas.
O senador Nelson Trad (PSD) vai participar da reunião. Isto porque ele é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional no Senado.
Em princípio, a obra da ponte Bioceânica seria licitada por Mato Grosso do Sul. O trabalho agora ficará a cargo do Paraguai por questões técnicas.
A PONTE
O projeto de construção da ponte da Rota Bioceânica, sobre o Rio Paraguai, liga as cidades de Porto Murtinho e Carmelo Peralta, no país vizinho, e deve ser retomado ainda este mês, com a visita do presidente do Paraguai ao Brasil no próximo dia 12.
O objetivo da construção desta ponte é facilitar o acesso ao Oceano Pacífico. O valor dela é estimado em US$ 70 milhões. Além desta, uma outra, do mesmo valor, será feita para ligar a cidade paranaense de Foz do Iguaçu a Puerto Presidente Franco, no Paraguai.
Cada país ficará responsável pela construção de uma das pontes. A de Foz do Iguaçu ficará a cargo do Brasil e servirá para desafogar o intenso fluxo na Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu a Ciudad del Este.
No ano passado, esse foi assunto tratado também pelo ex-presidente Michel Temer. Segundo o Itamaraty é preciso avançar em questões técnicas. Do lado do Paraguai, será necessária alteração no acordo, para que cada país arque com as despesas da construção de uma das pontes. Pelo acordo firmado atualmente, o valor seria dividido.
Ao que tudo indica, o montante que será usado para construção da ponte de responsabilidade do Brasil vai sair da Hidrelétrica de Itaipu Binacional, já que o governo não poderá usar os R$ 56,8 milhões previstos no Orçamento da União deste ano por causa da burocracia e do parecer do Tribunal de Contas da União (TCU).
*Correio do Estado
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