A ida de Alexandre Pato para o São Paulo tem sido vista pelo Palmeiras e por pessoas envolvidas na negociação não como um chapéu do rival, mas como uma volta dada pelo próprio atacante, que dizia querer o clube, chegou a pedir número de camisa e até telefonou para o técnico Luiz Felipe Scolari.
A primeira conversa com o Palmeiras foi em dezembro, quando Pato pegou com um jogador do elenco o contato de Alexandre Mattos (diretor de futebol) para dizer que pretendia deixar o futebol chinês e voltar ao Brasil. Ouviu do dirigente, porém, que a princípio não havia espaço no grupo.
Já neste ano, fatos novos aumentaram as chances: as possibilidades de venda tanto de Borja quanto de Deyverson - que depois acabaram não se concretizando - e outro telefonema de Pato. O atacante pediu que um velho conhecido seu, o empresário de Felipão, Jorge Machado, intermediasse um contato com o treinador.
Ao telefone, Felipão foi convencido da vontade de Pato, que abriria mão de dinheiro e queria voltar à seleção brasileira - sua última convocação, inclusive, foi com o próprio Felipão. As negociações da diretoria com André Cury, representante do atacante, esquentaram quando foi feita a rescisão contratual com o Tianjin Tianhai, da China, há duas semanas.
A oferta foi desde sempre um contrato curto, válido até dezembro. No segundo semestre se discutira uma eventual extensão do vínculo, dependendo do rendimento do jogador até lá. O Palmeiras oferecia inicialmente um salário em torno de R$ 450 mil, enquanto o lado do jogador tentava R$ 600 mil.
Pelo bom relacionamento com a família de Pato e também por um pedido de Felipão, Jorge Machado, o empresário do treinador, ajudava nas conversas. Foi solicitado, inclusive, que viajasse de Porto Alegre a São Paulo para a reunião definitiva do acordo, na última quarta-feira.
A reunião, no entanto, não aconteceu. O São Paulo, que negociava paralelamente com o jogador e também envolveu o técnico Cuca para falar diretamente com Pato, fechou acordo antes disso. Além de enviar um vídeo ao jogador pela manhã, com o tema "aqui o coração bate mais forte", ofereceu um contrato de quatro anos e com valores superiores.
O acordo surpreendeu não apenas o Palmeiras, que tinha sido procurado pelo jogador ainda em dezembro, mas também Jorge Machado, que passou o dia todo em um hotel da capital paulista à espera do encontro, do qual participaria também o advogado Breno Tannuri, que já tinha sido o responsável por fechar a rescisão na China.
*Globo Esporte
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