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Despachante foragido pivô de escândalo nas eleições ao acusar Beto Pereira avalia se entregar
Ele é réu em duas ações penais por fraudes no Departamento Estadual de Trânsito e está “em lugar incerto e não sabido” desde 12 de junho de 2024, quando a polícia não o encontrou para cumprir mandado de prisão
24/03/2025 07h11
Por: Tribuna Popular Fonte: O Jacaré
Despachante segue com prisão preventiva decretada pelos desvios milionários no Detran (Foto: Arquivo/Midiamax)

O despachante David Cloky Hoffmam Chita mudou de estratégia e contratou dois novos advogados para atuarem em sua defesa para, ao que tudo indica, se entregar após nove meses foragido. 

David Chita foi figura central nas eleições para prefeito de Campo Grande no ano passado ao acusar o então candidato Beto Pereira (PSDB) de comandar um esquema corrupção no Detran-MS e dizer que o deputado federal teria recebido R$ 1,2 milhão em propina para sua campanha. O tucano negou as acusações, mas acabou fracassando nas urnas e ficou fora do segundo turno.

A prisão preventiva de Chita foi decretada pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal, e mantida pela juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal, e pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça.

Chita é réu por associação criminosa, inserção de dados falsos no sistema do Departamento Estadual de Trânsito e causar um prejuízo de aproximadamente R$ 2 milhões. O DRACCO (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) deflagrou a operação para prender o despachante, mas ele não foi localizado e permanece foragido. 

Apesar de estar com mandado de prisão em aberto, David Clocky Hoffmam Chita ganhou os holofotes na campanha eleitoral ao divulgar um vídeo no Midiamax para acusar o deputado federal de ser o líder do suposto esquema criminoso. Ele dizia que tinha interesse em fazer delação premiada.

O Ministério Público rejeitou a proposta de colaboração premiada feita pela despachante. Uma suposta delação, porém, voltou a circular e O Jacaré apurou que David Chita contratou os advogados André Borges e Vander Ricardo Gomes de Oliveira Almeida, o que alimentou ainda mais os rumores. No entanto, esta opção estaria descartada.

O advogado André Borges confirmou que assumiu a defesa do despachante, mas se limitou a dizer que atualmente está “estudando os vários processos; medidas para garantir a liberdade”.

De acordo com a investigação, o esquema de corrupção era comandado pelo despachante David Cloky Hoffaman Chita em conluio com a servidora comissionada do Detran-MS Yasmin Osório Cabral. Ela chegou a ser presa, mas obteve prisão domiciliar no dia 21 de agosto do ano passado após informar estar grávida.