Um projeto de Lei publicado no Diário Oficial de São Paulo nesta terça-feira pede a proibição da inscrição de atletas transexuais em competições oficiais no estado. O texto, do deputado estadual Altair Morais, do PRB, diz que as equipes deverão seguir apenas o sexo biológico como definidor dos gêneros. A lei, se aprovada, entraria em vigor 180 dias após a publicação. Se for aprovada, vetaria, por exemplo, a participação de Tifanny, primeira transexual a disputar a Superliga Feminina.
O projeto de Morais usa, inclusive, o desempenho de Tifanny na temporada passada, quando foi um dos destaques do Bauru. A polêmica em torno da jogadora foi reacendida após declaração de Bernardinho no confronto entre Sesc-RJ e Sesi-Bauru, pelas quartas de final da Superliga. O comentário foi feito após Tifanny marcar ponto explorando o bloqueio adversário. Bernardinho se irritou na lateral da quadra e disparou: "Um homem é f*". A reação do técnico foi flagrada pela transmissão da TV.
- Tal situação vem se repetindo em diversas modalidades esportivas, em que pessoas do sexo biológico masculino, após cirurgias de redesignação sexual, alteração do nome social, implantes mamários, gluteoplastias de aumento, e ininterruptos tratamentos hormonais, passam a integrar equipes femininas. Apesar de todos os procedimentos descritos, é fato comprovado pela medicina que, do ponto de vista fisiológico, ou seja, a formação orgânica não muda – diz parte do texto.
Tifanny tem a liberação da Confederação Brasileira de Vôlei para atuar na Superliga. Há, no entanto, uma comissão de estudos em andamento na Federação Internacional de Vôlei para estudar a participação de atletas transexuais no vôlei.
*Globo Esporte
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