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UEMS lança Projeto Arquivo Vivo e homenageia pioneiros da imprensa regional em cerimônia emocionante
Evento marcou a inauguração do Centro de Documentação Geo-histórica e celebrou a preservação do acervo da Rede Belavistense de Jornais como patrimônio documental da fronteira
11/04/2025 07h30 Atualizada há 4 meses
Por: Tribuna Popular Fonte: Álvaro Pereira FIlho
Foto: Divulgação

Na noite da última quarta-feira (09), o auditório da UEMS – Unidade Universitária de Jardim foi palco do lançamento do Projeto Arquivo Vivo: Acervo Digital de Jornais como Patrimônio Documental na Fronteira, uma iniciativa inovadora do Grupo de Documentação Geo-histórica do Sudoeste de Mato Grosso do Sul. Coordenado pelo professor Dr. Tiago Satim Karas, o projeto visa preservar, digitalizar e dar visibilidade ao valioso acervo da Rede Belavistense de Jornais, que agora integra oficialmente o patrimônio da universidade.

O evento, que reuniu cerca de 150 participantes, também celebrou a inauguração do Centro de Documentação Geo-histórica do curso de Geografia e contou com diversas homenagens a figuras importantes da imprensa regional, com destaque para Ivaldo Pereira, fundador da Rede Belavistense, homenageado in memoriam com a entrega de uma placa e lembranças personalizadas à sua família.

Homenagens marcantes

Durante a cerimônia, foram homenageados familiares de Ivaldo Pereira — Estela Velasquez e Victor Hugo Velasquez — além de outros nomes que contribuíram significativamente para a história da imprensa regional: João Carlos Velasquez, responsável pela articulação da doação do acervo à UEMS; Álvaro Pereira, diretor comercial da Rede e fundador do jornal Tribuna Popular; James Jorge Barbosa Flores (Jaminho), escritor e incentivador do projeto; Rita Carmem Braga Lima, pesquisadora da história local; e Polydoro Severino da Rosa, colunista e referência na imprensa jardinense.

As lembranças, produzidas em impressoras 3D com materiais doados anonimamente, foram elaboradas em parceria com o laboratório IFMAKER, do IFMS – Campus Jardim, sob coordenação do Prof. Me. Ewerton da Silva Schroeder.

Cultura, memória e acessibilidade

A programação do evento também incluiu a exibição de uma entrevista institucional com o professor Tiago Karas, gravada com apoio da Diretoria de Comunicação da UEMS e realizada no Laboratório de Ciências do Turismo, em Dourados. A produção apresentou o contexto histórico do projeto, o processo de digitalização do acervo e reforçou a importância da preservação da memória regional.

Com o tema “Memória, Patrimônio Documental e a Importância do Jornal como Fonte de Pesquisa”, a Roda de Conversa contou com a participação da Dra. Rita De Cássia Pacheco Limberti (por vídeo), Dra. Kátia Cristina Nascimento Figueira (UEMS/Profeduc) e do Me. Douglas Alves da Silva (Arquivo Público do Estado).

A noite foi embalada por uma apresentação cultural do artista Ossuna Braza, que encantou o público com harpa paraguaia e músicas que exaltam a cultura sul-mato-grossense, pantaneira e latino-americana.

Acessibilidade como prioridade

Em consonância com as exigências da Lei Brasileira de Inclusão e da Lei Paulo Gustavo, o evento contou com tradução simultânea em LIBRAS, exibição de vídeo com janela de Libras e materiais em Braille e com audiodescrição. Destaque para a participação da professora surda Cleydineth Trefzger Soares, que gravou um vídeo exclusivo sobre a importância da acessibilidade nos projetos culturais.

Compromisso com a memória

Financiado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul através do Edital nº 011/2023 da Lei Paulo Gustavo, o Projeto Arquivo Vivo se firma como um marco na valorização do jornalismo regional e na promoção da cultura e da história da fronteira. Para o professor Tiago Satim Karas, “a preservação do acervo da Rede Belavistense é mais do que um resgate histórico, é uma ferramenta para construir políticas públicas e compreender a identidade da região”.

O evento foi encerrado com um café de confraternização, simbolizando o início de uma nova fase para a memória documental do Sudoeste de Mato Grosso do Sul.