O Sistema de Consórcios encerrou os três primeiros meses deste ano registrando o maior volume trimestral de adesões dos últimos vinte anos. Ao contabilizar 1,23 milhões de cotas comercializadas anotou aumento de 26,0% sobre o mesmo período de 2024. Paralelamente, acumulou R$ 105,38 bilhões em negócios realizados, 36,4% acima dos R$ 77,24 bilhões dos mesmos meses do ano passado, de acordo com levantamento da assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).
Ao contabilizar 11,44 milhões de consorciados ativos em março, o mecanismo atingiu um novo recorde, ficando 9,5% maior que os 10,45 milhões apontados naquele mês de 2024.
No acompanhamento mensal, iniciado há pouco mais de três anos no primeiro mês de 2022, a soma de participantes apontava 8,21 milhões. Em março deste ano, o total ultrapassou consecutivamente todas as marcas anteriores e bateu mais um recorde ao completar 11,44 milhões. Passados trinta e nove meses de constante evolução, o crescimento foi de 39,3%, com apenas uma retração em abril de 2023.
No momento quando as contemplações podem ser transformadas em bens e serviços, a somatória de consorciados contemplados de janeiro, fevereiro e março alcançou 485,57 mil, 10,9% maior que as 438,04 mil daquele trimestre de 2024. A correspondente liberação de créditos atingiu R$ 31,67 bilhões, potencialmente injetados na economia, 31,3% superior aos R$ 24,12 bilhões do ano anterior.
“Com o trimestre inicial mostrando bons resultados, especialmente com o maior acumulado de adesões verificado nos últimos anos”, Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, explicou que “é possível depreender o quanto o consumidor vem aumentando sua necessidade em planejar as finanças pessoais. Este comportamento comprova a crescente busca pelo conhecimento sobre a essência da educação financeira, assinalando maturidade na gerência de seus orçamentos pessoais, incluindo reservas para investimentos por meio do consórcio”, completa.
O tíquete médio de março foi de R$ 85,11 mil. Houve alta de 3,6% sobre o do mesmo mês de 2024, quando registrou R$ 82,16 mil. O aumento reafirma a capacidade financeira do participante em assumir compromisso com créditos maiores, garantindo a consolidação dos negócios realizados no mês.
“Ao longo dos anos, os diversos indicadores e resultados do Sistema de Consórcios vêm demonstrando a importância da modalidade para o brasileiro, tanto pessoalmente como para a sua família, na carreira e na profissão, bem como para a economia nacional”, destaca Rossi. “As mudanças de postura, apoiadas na educação financeira tem sido a coluna mestra da gerência das finanças pessoais, propiciando evitar compras por impulso e organizar o orçamento mensal, com condutas adequadas nas decisões por novos compromissos”, conclui.
Há mais de sessenta anos, o Sistema de Consórcios se pauta por procedimentos pertinentes, sempre calcados no planejamento com vistas à conquista de objetivos desejados como a evolução patrimonial ou melhoria da qualidade de vida. Rossi resume afirmando que “o consórcio, uma criação genuinamente brasileira, está cada vez mais presente na nossa cultura”.
No período, dos seis setores onde o consórcio está presente, cinco assinalaram avanços nas comercializações de cotas: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com 155,2%; imóveis, com 50,3%; serviços, com 29,1%; veículos leves, com 22,7%; e motocicletas, com 17,0%. Somente um anotou queda: veículos pesados, com -20,7%, cuja recuperação já é observada quando as vendas de março são comparadas às dos dois primeiros meses do ano. Enquanto em janeiro as adesões somaram 14,68 mil e em fevereiro cresceram para 14,83 mil, em março chegaram a 15,68 mil.
Nos 11,44 milhões de participantes ativos do consórcio, cada setor apresentou os seguintes volumes: 4,91 milhões em veículos leves; 3,07 milhões em motocicletas; 2,23 milhões em imóveis; 874,28 mil em veículos pesados; 235,72 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 122,73 mil em serviços.
Perspectivas do consórcio para 2025
Os estudos econômicos realizados por Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC, em dezembro do ano passado, revelaram uma projeção ponderada de crescimento este ano para o Sistema de Consórcios de até 8,0%. Nos diversos segmentos, nos quais a modalidade está presente, as perspectivas ficaram assim: 20,0% para os imóveis, 10,0% para veículos pesados, 6,0% para os veículos leves, 2,0% para as motocicletas, 23,0% para os eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, e 10,0% para os serviços.
A potencial presença dos consórcios na cadeia produtiva
Desde a década de 60, quando do início da indústria automobilística no Brasil, época com ausência de linhas de crédito para compra dos primeiros automóveis, o Sistema de Consórcios vem sendo a alternativa mais simples e econômica para o consumidor viabilizar seus objetivos de aquisição ou troca de automóvel. Em janeiro, fevereiro e março, a potencial presença esteve em um a cada dois veículos leves vendidos no país.
Ao longo dos anos, a modalidade evoluiu. Passou a estar presente em outros setores como o das duas rodas. No primeiro trimestre, as contemplações revelaram a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno.
Outra situação semelhante pode ser constatada nos veículos pesados. Neste, o consórcio sinalizou uma a cada duas comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas para o setor de transportes, com destaque especial para utilização no agronegócio.
Um resumo do consórcio em alguns elos da cadeia produtiva brasileira, durante os três meses, pode ser aferido pelos volumes financeiros disponibilizados ao mercado, através das contemplações. O sistema atingiu 40,1% de possível presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 39,7% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 40,2% no mês.
No segmento imobiliário, durante o primeiro bimestre deste ano, as contemplações representaram potenciais 25,1% de participação no total de 105,25 mil imóveis financiados, incluindo recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e dos consórcios, potencialmente um imóvel a cada quatro comercializados.
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