A rejeição à possibilidade de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu e atingiu seu maior índice desde o início do mandato. Segundo levantamento da Genial/Quaest divulgado nesta quinta-feira, 5, dois em cada três brasileiros (66%) afirmam que Lula não deveria concorrer nas eleições de 2026. Apenas 32% defendem uma nova candidatura do petista.
O número representa uma trajetória de alta na rejeição à ideia de Lula buscar um quarto mandato: eram 52% em dezembro de 2024, subiram para 62% em março deste ano e agora alcançam 66%. Na contramão, os que defendem sua candidatura caíram de 45% para 32% no mesmo período.
O levantamento também mediu cenários eleitorais e apontou um empate técnico entre Lula e possíveis nomes da oposição: os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ratinho Júnior (PR), Eduardo Leite (RS, testado pela primeira vez) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Tarcísio e Ratinho foram os que mais cresceram entre as opções testadas.
Mesmo entre os eleitores que se declaram "lulistas ou petistas", 15% consideram que Lula não deveria disputar novamente. O índice sobe para 37% entre eleitores de esquerda que não se consideram lulistas, 73% entre os sem posicionamento ideológico, 95% entre direitistas não bolsonaristas e 95% entre os que se identificam com o bolsonarismo.
Lula, por sua vez, voltou a falar sobre o assunto no último domingo (1º), durante o congresso nacional do PSB, ao afirmar que só será candidato se estiver “100% de saúde”. Em tom otimista, declarou:
“Se eu estiver bonitão do jeito que estou, apaixonado do jeito que estou e motivado do jeito que estou, a extrema direita não volta a governar este País nunca mais.”
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas presencialmente, em 120 municípios, entre os dias 28 de maio e 1º de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
Outro dado divulgado na quarta-feira (4) aponta que a desaprovação ao governo Lula bateu 57%, o maior índice desde o início do mandato. A insatisfação, segundo o instituto, cresceu após o escândalo envolvendo descontos indevidos em aposentadorias do INSS, que anulou o avanço na percepção positiva da economia.