O uso da inteligência artificial (IA) na educação está em expansão no Brasil e no mundo. O tema foi um dos focos de discussão na reunião do BRICS realizada em junho no país. Um exemplo de pioneirismo é o do Piauí, onde mais de 120 mil estudantes do nono ano ao último ano do ensino médio da rede estadual têm aulas semanais sobre IA desde 2024.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) defende que a IA deve ser incorporada de forma responsável para inovar métodos de ensino, personalizar o aprendizado e contribuir para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A entidade apoia o uso da inovação digital para expandir o acesso a oportunidades educacionais e promover a inclusão de alunos com dificuldades de aprendizagem, deficiências ou que pertencem a minorias linguísticas e culturais.
Renê Oliveira, coordenador do MBA em Education & Technology da FIAP, afirma que a IA é uma ferramenta que pode mudar a forma como os docentes abordam o ensino. “Os professores terão que encontrar um equilíbrio entre o uso da tecnologia e a promoção do pensamento crítico, garantindo que os alunos não se tornem apenas consumidores passivos de informações geradas pela tecnologia”, analisa.
O uso da inteligência artificial pode automatizar diversas tarefas administrativas, como a correção de textos, a geração de relatórios de desempenho e a criação de materiais didáticos, por exemplo. De acordo com o coordenador, “isto permite que os professores se dediquem a atividades mais estratégicas, oferecendo um ensino mais direcionado, ajustando as metodologias e os recursos utilizados para atender melhor cada estudante".
Pesquisa realizada pelo Instituto Semesp em março de 2024 demonstrou que quase 75% dos docentes da educação básica veem a tecnologia e a IA como uma aliada no ensino. Embora existam desafios a serem enfrentados, o potencial da IA para transformar a educação é inegável. “Ao integrar essas tecnologias de forma ética e consciente, os educadores podem criar ambientes de aprendizado mais eficazes e preparar os alunos para um mundo em constante mudança. A colaboração entre tecnologia e prática pedagógica é o caminho para um ensino mais inovador e inclusivo”, conclui o professor Renê Oliveira.