A confusão marcada na manifestação em Campo Grande neste domingo (3) trouxe a público uma briga escondida há muito tempo nos bastidores do Partido Liberal em Mato Grosso do Sul, envolvendo os representantes da sigla em Brasília, Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon.
Ele afirmou que não estavam lhe deixando subir porque sabiam que o que falaria não agradaria “esse pessoal”. Pouco tempo depois, Pollon subiu e disparou palavrões.
Durante o discurso, reclamou que estavam acelerando o caminhão (para que ele caísse ou parasse de falar) e reclamou da indireta que recebeu do deputado Rodolfo Nogueira.
“Não vou recuar e o cargo que se lasque. Quem engoliu o PSDB, engoliu o PL. Rodolfo falou que quem não subir no trio é covarde. Pois então eis aqui um covarde que pediu para subir e não deixaram, justamente para denunciar aqueles que entregaram o PL para porcaria do PSDB. Canalhas, canalhas, e eu falo é na cara. Eu quero que se foda. Pollon, você acabou de enterrar sua carreira política, foda-se, eu não vou entregar meu País, porra, despostas, cretinos, canalhas”.
Durante o discurso, o deputado disse que o presidente da Câmara tem 1,60 metro e o chamou “bosta”. Depois, na rede social, disse que ficou um ano em silêncio para evitar conflito desnecessário e não por subserviência. “Não deu, tudo uma palhaçada e ainda me provocam. Vocês pediram e é só o começo”, avisou.
A ex-primeira-dama do País, Michele Bolsonaro, saiu em defesa de Pollon e da esposa, Naiane Bittencourt. “Recebam minha solidariedade, meu carinho e admiração. Que não falte fé e força para continuar a missão. Registro aqui meu repúdio a toda forma de desrespeito e provocação que vocês sofreram hoje. Sigam firmes, com dignidade e coragem”. Michele é próxima a esposa de Pollon e foi responsável por coloca-la na presidência do PL Mulher em Mato Grosso do Sul.
O filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, – defendido por Pollon no discurso, onde afirmou que ele abandonou a vida pelo País- repostou o vídeo de Pollon na rede social, com a frase: “minha mãe pariu um homem”, utilizada pelo próprio deputado de MS.
Briga
A rivalidade entre Pollon e Rodolfo não é atual. Os dois, na verdade, nunca se “bicaram” e a crise se agravou durante as articulações para chegada de Reinaldo Azambuja ao partido. O grupo de Pollon acusa Rodolfo de intermediar as negociações.
As articulações levaram Bolsonaro não só a passar o comando do PL para Reinaldo, mas também tiraram Pollon da presidência e de quase todas as decisões tomadas no partido para o Estado.
Nos últimos dias, Pollon tem procurado outros partidos em busca de filiação, por entender que não terá espaço e nem se sentirá à vontade em um partido comandado por Reinaldo, personagem que sempre criticou.
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