Serviço pioneiro em todo país é resultado da parceria com a Prefeitura e Governo do Estado, passando a funcionar em Dourados logo após o lançamento que acontece neste sábado, dia 9 de agosto, com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha
Com base situada em área anexa ao Hospital Indígena Porta da Esperança, Samu Indígena buscou ponto estratégico para dar celeridade aos atendimentos- Fotos: A. Frota
O Serviço Móvel de Urgência Indígena (Samu) vai otimizar o atendimento de emergência na Reserva Indígena de Dourados, que é habitada por cerca de 18 mil moradores das etnias guarani, bororó e terena. Trata-se de uma inovação em Saúde, que será lançado pela Prefeitura de Dourados juntamente ao Governo Federal, neste sábado (9), às 14h, na base do serviço, instalada em área anexa ao Hospital Indígena Porta da Esperança, na Aldeia Jaguapiru, administrado pela Missão Evangélica Caiuá.
O primeiro Samu Indígena é um projeto piloto Governo Federal, por meio da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde e pela Secretaria de Saúde Indígena, ambas do Ministério da Saúde, com acompanhamento do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Mato Grosso do Sul. O ministro da Saúde confirmou que estará em Dourados neste sábado para conduzir o projeto piloto que será referência para todo o Brasil.
O secretário municipal de Saúde, Márcio Grei Figueiredo, destaca que a inovação vai proporcionar um atendimento mais ágil à comunidade e ocorrerá de forma conjunta ao que já é praticado pelo Samu tradicional. Ele ressalta ainda sobre a composição das equipes, com profissionais preparados e sensíveis à realidade cultural local.
Márcio Figueiredo aponta as vantagens do Samu Indígena. “É um serviço inovador, que vai agregar em qualidade de serviço prestado para à comunidade indígena e vai diminuir o tempo resposta das nossas equipes quando tem alguma situação naquela localidade”, explica. “Vale destacar que não vai ser a única viatura que vai adentrar a reserva, porque em algumas situações a gente vai ter que compor com a equipe alfa”, cita ao lembrar ainda que a equipe atuará em regime de plantão, com 14 profissionais, sendo técnicos de enfermagem, enfermeiros e motorista, em contato direto com o médico regulador, sendo que terão indígenas na equipe, o que proporciona familiaridade com as rotas e afinidade com particularidades das aldeias.
A ambulância totalmente equipada para o serviço foi doada pelo Ministério da Saúde. A Sems irá aportar um recurso por meio de um aditivo, no sentido de custear as ações e a estimativa é destinar cerca de R$ 20 mil apoio aos serviços. Parte da equipe que compõe o Samu é formada por indígenas, que atuarão também como tradutor nos casos em que o paciente tiver dificuldade para falar em português.
Para o prefeito Marçal Filho, a ação representa um avanço significativo na política de atenção à saúde indígena, reafirmando o compromisso do município, bem como dos governos estadual e federal, com um atendimento mais inclusivo e humanizado. “Nossa população indígena contará com um diferencial, que pode inclusive, salvar vidas, isso vem para colocar Dourados como referência neste tipo de ação e conceder um atendimento além de mais rápido, respeitoso com as especificidades culturais locais”, disse.
O novo serviço será integrado à Central de Regulação do Samu convencional e atenderá por meio do telefone 192. O atendimento seguirá os mesmos protocolos do Samu convencional. Após a avaliação inicial (anamnese), a equipe definirá o destino mais adequado para o paciente, que poderá ser o Hospital da Missão, a UPA ou hospitais da cidade, conforme a gravidade do caso.
Ainda de acordo com o secretário, o serviço passa a funcionar, assim que lançado e a expectativa é que seja modelo para as outras regiões do país.