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Mercado de brechós sustentáveis cresce no Brasil

O consumo consciente vem ganhando cada dia mais espaço, com lojas de roupas e acessórios usados assumindo papel relevante na chamada moda circular....

20/08/2025 às 17h29
Por: Tribuna Popular Fonte: Agência Dino
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Foto - Ivanir Matos - Divulgação
Foto - Ivanir Matos - Divulgação

O consumo consciente vem ganhando cada dia mais espaço, com lojas de roupas e acessórios usados assumindo papel relevante na chamada moda circular. Esses espaços reúnem comércio de roupas usadas, iniciativas sociais e práticas relacionadas ao meio ambiente. O setor surge como uma alternativa à indústria da moda, que está entre as mais poluentes do mundo, atrás apenas do setor de petróleo.

De acordo com dados do Sebrae, o mercado de segunda mão cresceu 48% no Brasil em plena pandemia, entre 2020 e 2021. Entre lojas físicas, bazares e plataformas digitais, a economia circular movimenta valores expressivos e contribui para a redução de impactos ambientais. A aquisição de peças usadas pode evitar o consumo de grandes volumes de água, economiza energia e reduz emissões de carbono.

O descarte inadequado de resíduos têxteis no Brasil representa perdas ambientais e econômicas. Estima-se que cerca de 4 milhões de toneladas desses resíduos sejam descartadas por ano de forma irregular. Parte desse material vai para aterros sanitários, esgotos, terrenos baldios, rios e mares, contribuindo para a poluição.

Grande parte dos resíduos, incluindo roupas, pode ser reaproveitada por meio de práticas baseadas na economia circular. "Esse reaproveitamento pode gerar renda, estimular o empreendedorismo e reduzir os impactos ambientais da indústria têxtil. Recomendamos a revisão dos modelos atuais de produção e consumo, com incentivo ao reaproveitamento, reciclagem e reinserção de tecidos no ciclo produtivo. Iniciativas de costura e reaproveitamento demonstram que materiais têxteis descartados podem ser utilizados em novos produtos", explica Danuza Gusmão, especialista em Resíduos Sólidos, com mestrado pela Universidade Federal de Pernambuco.

Da produção ao reuso

Segundo levantamento da Fundação Ellen MacArthur, menos de 1% dos materiais usados na produção de roupas são reciclados. O restante é descartado em lixões, aterros ou corpos d’água. Nesse contexto, os brechós exercem função no processo de prolongamento do ciclo de vida de uma peça de roupa. Atualmente, após a produção e primeira venda, as roupas seguem para doação, triagem, reutilização através de brechós e bazares, customização a partir do aproveitamento da matéria-prima e novos repasses e reutilizações.

O papel das Lojas Humana

No rastro desta transformação estão as Lojas Humana, um projeto que vai além da revenda de roupas usadas. Localizadas na Bahia, as lojas funcionam como um polo de triagem, reutilização e revenda de roupas com impacto social direto nas comunidades atendidas. "Aqui, cada peça carrega uma história e também abre caminhos para novas vidas, não só para quem veste, mas para quem trabalha e é beneficiado pelo nosso sistema de triagem e distribuição”, afirma Ivanir Matos, gerente geral das Lojas Humana e do Centro de Triagem.

De acordo com Ivanir, o processo começa com a seleção e reaproveitamento dos têxteis recebidos nos coletores do projeto Repense Reuse. Depois de classificados, roupas e acessórios em bom estado são enviados para as Lojas Humana, onde são revendidos, garantindo sua autossustentabilidade e gerando recursos para fomentar outras iniciativas de empreendedorismo social. “O que pode ficar anos entulhado nos armários de tanta gente, enxergamos como oportunidade de geração de emprego e renda. Nossas roupas movimentam uma cadeia que gera trabalho, autonomia e consciência ambiental”, completa Cláudia Andrade, executiva responsável pela expansão e implementação do Repense Reuse no Nordeste. "Além de gerar emprego e renda para homens e mulheres, o centro de triagem das Lojas Humana atua como educador ambiental, promovendo oficinas, formação de mão de obra e ações de sensibilização sobre consumo e reaproveitamento têxtil", acrescenta.

Mudança de comportamento

O crescimento dos brechós também está relacionado à mudança no perfil do consumidor. O que antes era classificado como necessidade, hoje representa uma escolha. A nova geração busca alternativas com menor impacto ambiental e maior alinhamento com causas sociais. Plataformas digitais e redes sociais têm influenciado esse comportamento, com conteúdo voltado para o reuso e a curadoria de roupas de segunda mão. “Temos clientes que entram aqui não apenas para comprar, mas para conversar, aprender e trocar experiências”, diz Ivanir.

Modelo em transformação

"A expansão dos brechós sustentáveis reflete uma mudança na forma como roupas são produzidas, consumidas e descartadas. As Lojas Humana exemplificam um modelo de negócio baseado em reaproveitamento, geração de renda e educação ambiental. A compra de uma peça usada representa, nesse contexto, a adesão a um sistema produtivo com menor impacto e maior aproveitamento de recursos", finaliza Ivanir Matos.

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