Não será surpresa se o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) aparecer na posse do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) no comando do Partido Liberal (PL) em Mato Grosso do Sul.
Contar está na lista de convidados de Reinaldo Azambuja, que pretende assumir o comando da direita, seja ela mais moderada ou extremada, em Mato Grosso do Sul.
Com a eleição se aproximando, um enredo se repete em Mato Grosso do Sul, transferindo apenas o foco da disputa. Desta vez, o interesse passou do Governo para o Senado, porque pouca gente está se interessando pelo controle do Estado.
O enredo volta a ter o grupo liderado por Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel (PP) com Capitão Contar na disputa por atenção e espaço.
Desta vez, Reinaldo deu um passo maior e assumiu o comando do PL em Mato Grosso do Sul, o que já lhe garantiu o apoio de Jair Bolsonaro (PL). A situação é melhor que de 2022, quando o então presidente chegou a declarar que apoiava Contar contra Riedel, mesmo após compromisso do partido de eleger Riedel em MS.
Reinaldo já tem candidatura assegurada para uma das vagas ao Senado e agora tem a missão de escolher o segundo candidato do grupo. Hoje, essa vaga é disputada por Gerson Claro (PP) e Nelsinho Trad (PSD).
Já para Contar a situação não é diferente de quatro anos atrás. Ele bateu as portas de Bolsonaro para pedir apoio na disputa pelo Senado, mas o ex-presidente disse para ele procurar o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL). A declaração soou como ironia, já que o próprio Bolsonaro tinha declarado algumas vezes que a esposa de Rodolfo, Gianni Nogueira (PL), tinha grande chance de ser uma candidata do PL ao Senado em Mato Grosso do Sul.
Contar também conversou com a senadora Tereza Cristina (PP) e quase assinou a ficha de filiação, mas recuou ao ser informado que não tinha porta aberta para o Senado. Ele seria um dos candidatos a deputado federal do partido.
Mesmo sem Bolsonaro ou partido grande, Contar não desistiu e tem declarado nas redes sociais que pretende concorrer ao Senado. Hoje, ele comanda o PRTB no Estado e terá legenda para disputar, ainda que sem tempo na televisão ou investimento do fundo eleitoral.
O ex-deputado já se aposentou do Exército Militar e não tem nada a perder caso seja derrotado na disputa pelo Senado. Ele aposta na falta de candidatos da direita mais extrema para tentar uma das vagas. Mesmo após o não de Bolsonaro, ele continua fazendo postagens em defesa do ex-presidente.
Quatro anos depois, a história pode se repetir em Mato Grosso do Sul, mas em situação bem diferente para Bolsonaro. Hoje, ele não é mais presidente e ainda corre o risco de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Entretanto, ainda permanece como liderança da direita no País.
Este misto de “remake” continua tendo gente interessada em surfar na onda bolsonarista, tentativa de valorização de passe e de eliminar um possível concorrente da disputa.
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