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Audiência pública: Poderes têm despesas com folha dentro dos limites da lei
Os órgãos dos três Poderes de Mato Grosso do Sul terminaram o primeiro quadrimestre deste ano (janeiro a abril) com despesas com servidores dentro ...
11/09/2025 17h26
Por: Tribuna Popular Fonte: Assembleia Legislativa - MS

Os órgãos dos três Poderes de Mato Grosso do Sul terminaram o primeiro quadrimestre deste ano (janeiro a abril) com despesas com servidores dentro das exigências estabelecidas pela Lei Complementar 101/2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os resultados foram informados em audiência pública, realizada no plenário da Assembleia Legislativa (ALEMS) pela Comissão Permanente de Acompanhamento da Execução Orçamentária. Apesar do cumprimento legal, o Executivo contabilizou gasto com a folha acima dos limites prudencial e de alerta, mas ainda dentro do que determina a lei. 

Foto: Reprodução/Assembleia Legislativa - MS
Deputado João Henrique, presidente da Comissão

Na audiência, conduzida pelo deputado João Henrique (PL), presidente da Comissão, técnicos e gestores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Tribunal de Contas (TCE-MS), Ministério Público (MPMS) e da Defensoria Pública (DPGE-MS) apresentaram relatórios de gestão fiscal relativos ao primeiro quadrimestre de 2025 (janeiro a abril). João Henrique apresentou, na reunião, série de questionamentos à equipe técnica do Executivo estadual.

O Poder Executivo de Mato Grosso do Sul destinou R$ 9,68 bilhões para o pagamento dos servidores de janeiro a abril deste ano, o que corresponde a 46,92% da Receita Corrente Líquida (RCL) Ajustada. As contas do Executivo foram apresentadas pela superintendente de Contabilidade Geral do Estado (SCGE), Oraide Serafim Baptista Katayama. Ela informou que a RCL Ajustada, base de cálculo para os limites de despesa com pessoal, somou R$ 20,632 bilhões no primeiro quadrimestre. Desse valor, 9,681 bilhões foram destinados à folha de pagamento, o equivalente a 46,92%.

“Estamos abaixo do limite máximo”, enfatizou a superintendente em relação ao estabelecido pela Lei Complementar 101/2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os limites estabelecidos pela LRF para as despesas dos Estados, que são de 60% (limite máximo), 57% (prudencial) e 54% (de alerta) da receita corrente líquida. O limite de 60% é assim distribuído entre os Poderes da esfera estadual: 49% para o Executivo, 6% para o Judiciário, 3% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas, e 2% para o Ministério Público.

Em se tratando estritamente do Executivo, a despesa total com pessoal equivaleu a 46,92% da receita. O percentual está, como destacado pela superintendente Oraide Katayama, abaixo do limite máximo da LRF, de 49% da RCL Ajustada. No entanto, está acima dos limites de alerta (39,2% da RCL ou 90% do limite máximo) e prudencial (46,55% da RCL ou 95% do limite máximo).

Além desses valores, a superintende apresentou outros números que devem compor o relatório, como aplicação em Saúde e Educação e dívida consolidade líquida.

Questionamentos e avaliações

Foto: Reprodução/Assembleia Legislativa - MS
Deputados Caravina e Renato Câmara também estiveram na reunião

“No nosso último encontro, foi informado que o Estado já havia ultrapassado o limite prudencial. Hoje não só ultrapassou o prudencial como está encostado nos 49% do máximo. A que se deve a inconsistência?’, questionou o deputado João Henrique. O parlamentar também perguntou sobre as providências efetivas a serem tomadas para o Estado não ultrapassar o teto de 49% e se há uma estimativa de quanto o Estado deve economizar até dezembro.

As questões relativas à esfera técnica foram respondidas pela superintende. Quanto às demais, ela sugeriu que fossem encaminhadas formalmente ao Governo do Estado. Os deputados Caravina (PSDB), vice-presidente da Comissão, e Renato Câmara (MDB), que também integram o grupo de trabalho, também teceram comentários sobre a apresentação do Poder Executivo.

O deputado Caravina comentou que diversos questionamentos não poderiam ser respondidos por extrapolarem o campo técnico e sugeriu o encaminhamento das perguntas ao Governo. O deputado Renato Câmara concordou e avaliou a apresentação dentro de uma normalidade. “Vejo que o Governo tem condições de fazer esse equilíbrio financeiro. Não vejo nesta apresentação nada fora da normalidade”, avaliou o deputado Renato Câmara.

Demais Poderes

Os outros Poderes e órgãos tiveram despesas com pessoal abaixo dos limites estabelecidos pela LRF.

Conforme relatório apresentado pelo promotor Justiça Luiz Gustavo Camacho Terçariol, a despesa líquida com pessoal do MPMS somou R$ 315,149 milhões no primeiro quadrimestre. O valor correspondeu a 1,53% da RCL Ajustada, abaixo dos limites de alerta (1,80%), prudencial (1,90%) e máximo (2%).

Os resultados do TJMS foram apresentados pelo diretor do Departamento de Orçamento e Contabilidade do órgão, Ademar Sandim Taveira. Segundo o diretor, a despesa total com pessoal, de janeiro a abril deste ano, R$ 1,059 bilhão. O valor representou 5,13% da receita corrente líquida, abaixo dos limites de alerta (5,4%), prudencial (5,7%) e máximo (6%).

O auditor de Controle Externo do TCE-MS, Donisete Cristóvão Mortari, apresentou os números do órgão. De acordo com o relatório por ele apresentado, a despesa total com pessoal do TCE de R$ 212,54 milhões de janeiro a abril. O valor equivale a 1,03% da RCL, abaixo dos limites de alerta (1,19%), prudencial (1,25%) e máximo (1,32%).

O relatório da DPMS, apresentado pelo contador de Finanças do órgão, Bruno Delmondes Xavier, também mostrou o cumprimento da determinação legal. A despesa com pessoal totalizou, no primeiro quadrimestre, R$ 209,227 milhões. Esse desembolso comprometeu 1,01% da RCL, índice que está em conformidade com LRF.   

O Legislativo estadual também cumpre o que determina a lei. Conforme relatório apresentado pelo secretário de Finanças e Orçamento da ALEMS, Jericó Vieira de Matos, a ALEMS teve despesa total com pessoal de R$ 227,794 milhões de janeiro a abril deste ano. O valor representa 1,10% da RCL, abaixo dos limites de alerta (1,51%), prudencial (1,59%) e máximo (1,68%).

Serviço

Confira a íntegra das apresentações dos relatórios:

Poder Executivo

Assembleia Legislativa

Tribunal de Justiça

Tribunal de Contas 

Ministério Público

Defensoria Pública 

A audiência pública contou com a cobertura jornalística da Comunicação Institucional da ALEMS. A reunião foi transmitida ao vivo pelos canais oficiais da Casa de Leis. Confira abaixo o evento na íntega: