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Médicos alertam: vitaminas em excesso causam riscos à saúde

Apesar da popularização dos suplementos vitamínicos, médicos reforçam: poucos casos realmente exigem suplementação. O uso sem orientação pode levar...

12/09/2025 às 10h56
Por: Tribuna Popular Fonte: Agência Dino
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O uso excessivo de suplementos vitamínicos tem crescido no Brasil, impulsionado pela busca por saúde, bem-estar e resultados estéticos. Paralelamente, médicos alertam para os riscos da automedicação, prática que favorece o uso indiscriminado desses produtos. A tendência preocupa médicos e nutricionistas porque a suplementação sem indicação clínica pode, além de não trazer os benefícios prometidos, representar riscos à saúde.

Entre os profissionais que acompanham esse movimento está o médico Dr. Lucas Moser, que orienta que os pacientes mantenham cautela diante de propagandas que associam vitaminas a melhorias estéticas ou emocionais. “Não existem combinações de vitaminas para melhorar o cabelo, as unhas, a autoestima ou a imunidade. As vitaminas têm funções específicas e limitadas no organismo e, na maioria das vezes, não produzem os efeitos amplamente divulgados em clínicas de estética”.

Com o crescimento da chamada indústria wellness, tem-se criado uma cultura segundo a qual vitaminas são consideradas saudáveis e inofensivas e de que quanto mais vitaminas no corpo, melhor. “Também há a crença de que as vitaminas são as melhores soluções para problemas mais complexos de saúde. Existe uma onda de desinformação que faz as pessoas acreditarem que remédios são vilões e as vitaminas são potenciais alternativas seguras e eficazes quando, na verdade, elas também podem causar malefícios se utilizadas de maneira errada”, enfatiza Dr. Lucas Moser.

Ele alerta ainda sobre a máxima do ‘mal não faz’ e do ‘mais é sempre melhor’, fazendo com que suplementos, vistos como inofensivos, tragam malefícios sérios. Isso se dá especialmente porque, sem acompanhamento profissional, o risco do uso inadequado é maior.

O que é hipervitaminose e quais são seus primeiros sinais

O Dr. Lucas Moser explica que a hipervitaminose ocorre quando há excesso de ingestão de vitaminas, especialmente via suplementos vitamínicos tomados sem indicação adequada. “Os sintomas variam conforme a vitamina envolvida, mas há alguns padrões mais bem estabelecidos para as vitaminas A e D. No caso da vitamina A, surgem fadiga, mal-estar, lentidão, dor abdominal, náuseas e alterações na pele; já a vitamina D pode provocar confusão, apatia, vômitos, inchaço, dor abdominal e alterações na urina”, explica.

Embora alimentos e suplementos prometam compensar dietas desequilibradas, a suplementação sem necessidade comprovada pode causar intoxicações graves e até risco à vida, alertam órgãos como o Conselho Federal de Medicina (CFM).

Vitaminas e seus riscos

As vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) representam maior risco devido à sua capacidade de se acumular no fígado e no tecido adiposo. Mesmo a vitamina E, em altos níveis, pode causar estresse oxidativo e inflamação renal. “O fígado sofre pressão com o metabolismo excessivo, especialmente da vitamina A, elevando o potencial de intoxicação. Nos rins, o excesso de vitamina D pode causar pedras, insuficiência renal aguda silenciosa e até falência funcional. Já altas doses de vitamina E, embora controversas em humanos, são associadas a processos inflamatórios e toxicidade tecidual”, relaciona Dr. Lucas Moser.

O médico segue explicando que, apesar da baixa capacidade de armazenamento do corpo, as vitaminas hidrossolúveis, como C e complexo B também apresentam riscos: podem causar diarreia, náuseas, neuropatia (ex: B6), hepatotoxicidade (ex: Niacina) ou mascarar déficit de B12 (ácido fólico). Ele lembra ainda que, além de causar intoxicação no fígado, quando em excesso, nos rins, vitaminas como a D podem levar ao acúmulo de cálcio no corpo, resultando em pedra nos rins e insuficiência renal aguda, condições que são silenciosas e só apresentam sintomas após instalados.

“Já a vitamina E, em doses elevadas, pode induzir estresse oxidativo e inflamação renal, com elevação de biomarcadores de toxicidade tecidual, embora os dados em humanos ainda sejam controversos quanto à magnitude do risco”, explica o Dr. Lucas Moser. Ele alerta ainda que em pacientes com doença renal crônica, recomenda-se cautela adicional, pois a capacidade de excreção e metabolismo dessas vitaminas está comprometida, aumentando o risco de toxicidade mesmo com doses consideradas seguras em indivíduos saudáveis.

Suplementação: quando é indicada

Segundo o CFM, a prescrição só é justificada quando há deficiência documentada por exames. “Departamentos médicos e órgãos como o próprio CFM criticam o critério de 'melhor ficar acima', definindo-o como falho. Seguir referências científicas e diretrizes oficiais — como as da Associação Médica Brasileira (AMB) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) — é essencial”, orienta o Dr. Lucas.

“Não há recomendação de suplementação para a população em geral. Apenas se a pessoa tiver alguma deficiência vitamínica comprovada em exames laboratoriais. Muitos profissionais têm se valido dessa onda para vender suplementos injetáveis com a justificativa de que os níveis usados como referência nos exames estão desatualizados. Isso é uma grande mentira. As maiores sociedades científicas do mundo acompanham as mudanças nutricionais e alteram as recomendações de tempos em tempos”, reforça o médico.

Prevenção e orientação profissional

De acordo com especialistas da Columbia University Irving Medical Center, a maioria das pessoas saudáveis que mantém uma dieta equilibrada já recebe as quantidades necessárias de vitaminas. Nesses casos, a suplementação não é considerada essencial, a menos que indicada por avaliação clínica. A instituição também destaca que não há evidências científicas de que a reposição indiscriminada de diversas vitaminas traga benefícios adicionais à saúde.

“Um bom profissional vai guiar-se sempre por referências científicas e de sociedades ou órgãos independentes, como US Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, ANVISA, Sociedades Brasileiras de especialidades, como Endocrinologia, Cardiologia, Nefrologia. Desconfie de profissionais que não dão motivos para a suplementação, como, por exemplo, ‘mesmo estando normal, para mim ainda está baixo’ ou ‘eu deixo sempre mais alto’. Um bom profissional usa estudos como referência, e não achismo próprio”, enfatiza o Dr. Lucas Moser.

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