A morte de Charlie Kirk, nos Estados Unidos, continua com repercussão internacional e no Brasil também. As declarações do historiador Eduardo Bueno, conhecido como “Peninha”, sobre o assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk, repercutiram no cenário político brasileiro e resultaram no cancelamento de um evento acadêmico em Porto Alegre.
A PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) suspendeu a participação de Bueno em um encontro que estava previsto para este domingo (14/9), por causa da repercussão do vídeo publicado pelo escritor nas redes sociais. Ele ironizou a morte de Kirk, ao ser baleado no campus universitário de Utah, nos Estados Unidos, no último dia 10.
“É sempre terrível, né, um ativista ser morto por suas ideias. Exceto, exceto quando é o Charlie Kirk, mataram o Charlie Kirk, ai, coitado, tomou um tiro, não sei se na cara, o Charlie Kirk, ai, é liberdade de expressão. O Charlie Kirk sabe quem é? Foi morto. Tem duas filhas pequenas, que bom pras filhas dele, né… que vão crescer sem a presença de um sujeito repugnante, canalha, racista, homofóbico, ligado ao pedófilo Donald Trump”. As palavras de Bueno eram de uma gravação que havia sido deletada por ele, mas continua circulando em perfis críticos ao historiador.
O caso culminou numa série de críticas e reação de parlamentares da oposição. Entre eles, o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, encaminhou representação ao secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron. Ele cobra investigação e eventual responsabilização de Bueno por incitação à violência e por ofensas que, segundo ele, atingem a ordem pública e a integridade do Estado de Direito.
Em entrevista ao Correio, Bilynskyj disse ainda que as falas de Bueno “beiram a insanidade” e contribuem para processo de desumanização do campo político adversário. “A origem da violência é justamente quando se desumaniza o outro. Quando fala que Bolsonaro é genocida ou pedófilo, cria-se na mente de muitos que ele não precisa ser preservado como vida. O mesmo ocorre no caso de Charlie Kirk, que foi retratado como alguém que não merecia existir. Esse é o perigo”, afirmou.
Na representação enviada à Secretaria de Segurança, Bilynskyj solicita a apuração do caso, a responsabilização do escritor e o encaminhamento do inquérito ao Ministério Público.