Só falta a imunidade para cometer crimes e ficar impune, como prevê a PEC da Blindagem. De janeiro a agosto deste ano, os oito meses, os oito deputados federais de Mato Grosso do Sul gastaram R$ 13,9 milhões com salários, pagamento de assessores e cota parlamentar para custar as despesas do mandato. Em média, cada um custou R$ 1,7 milhão ao contribuinte.
Só que não contentes com tanta mordomia, Beto Pereira e Dagoberto Nogueira, do PSDB, Dr. Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, do PL, aprovaram a PEC da Blindagem, que proíbe a abertura de investigações criminais e prisões de parlamentares sem aval do Congresso Nacional.
O caso mais notório foi Hidelbrando Paschoal, que esquarteja os adversários com motosserra. Não era um filme de terror, era a realidade brasileira com a PEC da Blindagem.
Neste domingo, milhares de brasileiros foram às ruas contra a volta da blindagem de corruptos e bandidos pelo parlamento brasileiro. E o mandato de um deputado já tem muitas regalias e não custa barato.
O deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB) é o campeão em gastos em oito meses, com R$ 1,809 milhão, conforme o Portal da Transparência dos Deputados. O tucano votou a favor da volta do voto secreto para proteger deputados que votarem a favor do salvo conduto para os bandidos no parlamento.
Em segundo lugar ficou Geraldo Resende (PSDB), com gasto de R$ 1,799 milhão. Ex-secretário estadual de Saúde, ele votou contra a PEC da Blindagem. Já Beto Pereira (PSDB) ficou em 3º lugar em gastos, com R$ 1,794 milhão. O ex-prefeito de Terenos ainda quer mais e votou a favor da PEC da Blindagem.
Camila Jara e Vander Loubet, do PT, ficaram em seguida no ranking dos gastos, com R$ 1,784 milhão e R$ 1,783 milhão, respectivamente. Os dois petistas são contra a imunidade parlamentar para o crime.
Dr. Luiz Ovando (PP) torrou R$ 1,713 milhão de janeiro a agosto deste ano. O ex-comunista quer mais mordomia e votou a favor da PEC da Blindagem, assim como os bolsonaristas Marcos Pollon (PL), com gasto de R$ 1,705 milhão, e Rodolfo Nogueira (PL), com R$ 1.604 milhão.
Dos oito deputados, seis optaram pelo apartamento funcional. Já Dr. Ovando (R$ 25,5 mil) e Geraldo (R$ 34 mil) ainda recorreram ao auxílio moradia, de acordo com o Portal da Transparência.
Cada deputado tem salário de R$ 46.366,19 por mês – um cidadão comum levaria 30 meses – dois anos e meio – para ganhar o valor equivalente ao pago a um parlamentar em um único mês.
Além disso, eles ganham R$ 46.336,64 para gastar com a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), que custeia as despesas do mandato, como passagens aéreas e conta de celular. Algumas são reembolsadas, como as com os Correios, e outras são pagas por débito automático, como a compra de passagens.
Cada deputado tem R$ 133.170,54 por mês para pagar salários de até 25 secretários parlamentares, que trabalham para o mandato em Brasília ou nos estados. Eles são contratados diretamente pelos deputados, com salários de R$ 1.548,10 a R$ 18.719,88.
O político erra feio ao abusar da boa vontade do eleitor para ampliar a mamata de um mandato parlamentar.
Confira os gastos dos parlamentares de MS:
Deputado | Salários | Cota Parlamentar | Verba de gabinete | Auxílio Moradia | Total |
Dagoberto Nogueira | 370.929,52 | 397.497,46 | 1.041.444,86 | 0 | 1.809.871,84 |
Geraldo Resende | 370.929,52 | 415.753,22 | 978.371,49 | 34.024,00 | 1.799.078,23 |
Beto Pereira | 370.929,52 | 371.094,45 | 1.052.463,43 | 0 | 1.794.487,40 |
Camila Jara | 370.929,52 | 380.669,05 | 1.032.702,16 | 0 | 1.794.487,40 |
Vander Loubet | 370.929,52 | 364.891,95 | 1.047.851,08 | 0 | 1.783.672,55 |
Dr. Luiz Ovando | 370.929,52 | 316.031,96 | 1.000.617,96 | 25.518,00 | 1.713.097,44 |
Marcos Pollon | 370.929,52 | 369.185,33 | 965.703,35 | 0 | 1.705.818,20 |
Rodolfo Nogueira | 370.929,52 | 366.360,13 | 866.952,94 | 0 | 1.604.242,59 |