Polícia Federal (PF), Receita Federal do Brasil (RFB) e Ministério Público Federal (MPF) combatem crimes de descaminho e lavagem de dinheiro, nesta sexta-feira (3), durante a Operação Ligação Familiar, em Mato Grosso do Sul.
Ao todo, 29 policiais federais, 14 auditores fiscais e 16 analistas tributários cumprem 10 mandados de busca e apreensão em Campo Grande (MS) e Ribas do Rio Pardo (MS).
Conforme apurado pela reportagem, celulares de alto valor (Iphones), de origem estrangeira, com notas fiscais falsas, entravam no país de maneira ilegal, sem declaração de importação.
Em seguida, o eletrônico era transportado, com notas fiscais frias, da fronteira até lojas de eletrônicos em Campo Grande (MS) e Ribas do Rio Pardo (MS). Um dos endereços seria um imóvel na rua Rodolfo José Pinho.
O produto era divulgado pela internet por empresas de fachada e vendido com nota fiscal falsa.
As empresas de fachada seriam de um grupo de irmãos e amigos próximos. Eles vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e descaminho.
A investigação aponta que as noteiras emitiram mais de R$ 18 milhões em notas fiscais de vendas entre janeiro de 2020 a abril de 2025.
Além disso, a PF descobriu movimentação atípica de R$ 290 milhões, quantia que foi ocultada pelas empresas de fachada.
As informações fiscais dos sócios dessas empresas apontam indícios de movimentação financeira incompatível, ocultação de renda e patrimônio, enriquecimento ilícito, além de outros indícios de fraudes tributárias.
Descaminho é à importação ou exportação de mercadorias lícitas sem o pagamento dos tributos devidos. A principal diferença reside na natureza da mercadoria: no contrabando, a mercadoria é proibida; no descaminho, a mercadoria é legal, mas o tributo não é pago.