Em menos de 24 horas de o PP ter reunido lideranças do partido em Mato Grosso do Sul no Hotel Deville, em Campo Grande, a cúpula da legenda, formada pelo governador Eduardo Riedel e pela senadora Tereza Cristina participaram de uma reunião, na casa do chefe do Executivo estadual, ontem, com o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PL, para tratar do nome do segundo pré-candidato ao Senado na chapa da direita no pleito de 2026.
O Correio do Estado apurou com interlocutores das três principais figuras políticas sul-mato-grossenses que o nome da aliança para fazer “dobradinha” com Azambuja na disputa pelas duas vagas para senadores da República nas eleições do próximo ano no Estado ainda não está definido, porém, os mais cotados são o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Gerson Claro (PP), e o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB).
No entanto, conforme informações obtidas pela reportagem, Capitão Contar terá de migrar ou para o PL ou para o PP para compor a chapa da direita.
Ainda há a possibilidade de um quarto nome, caso as pesquisas qualitativas e quantitativas que serão encomendas pelas lideranças dos dois partidos apontarem alguma surpresa quanto aos eleitores, como, por exemplo, o da vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira (PL), ou outro que possa surgir.
O que teria sido combinado na reunião fechada realizada ontem na casa do governador é que o arco de partidos que formarão a aliança para trabalhar pela reeleição de Riedel terá de atuar forte também para eleger dois senadores, um será Azambuja, enquanto o outro será o que tiver melhor desempenho nas pesquisas, pois o grupo já sabe que terá pela frente, bem provavelmente, a pré-candidatura da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), com o apoio maciço do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fontes ouvidas pelo Correio do Estado dão como certo que ninguém vai forçar a barra para impor um segundo nome ao Senado que não tenha chances reais de ser eleito em outubro de 2026.
Azambuja, Tereza e Riedel teriam combinado que pressão nenhuma vai desviá-los do objetivo final que é eleger dois senadores da direita, sendo que as últimas movimentações da ministra Simone deixaram claro que ela será candidata a senadora e com a bênção do Lula em Mato Grosso do Sul.
O trio reconhece que ela será uma adversária muito forte e, por isso, terão de redobrar os esforços para cumprir o que foi combinado com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) de eleger dois senadores da direita em Mato Grosso do Sul. Na reunião de ontem, os três caciques do PP e PL discutiram as formas para tornar realidade essa possibilidade, mas eles entendem que, para isso, a direita precisará estar unida.
Nesse sentido, eles acreditam que, com o apoio de quase a totalidade dos 79 prefeitos do Estado, bem como de mais de 700 vereadores de Mato Grosso do Sul, terão grandes chances de atingir esse objetivo.
Por isso, ao longo dos próximos meses, serão realizadas pesquisas qualitativas e quantitativas para definir o segundo nome que vai compor a chapa ao Senado, que obrigatoriamente terá de ser competitivo para bater de frente com a esquerda.
Esse segundo nome, conforme foi reforçado à reportagem, obrigatoriamente terá de fazer parte da coligação, ou seja, do arco de aliança formado para reeleger Riedel para governador e dois senadores da República.
A missão é ter a direita unida e, dessa forma, contando com o apoio dos prefeitos e vereadores da base aliada, com a entrega de todos na campanha eleitoral, será possível sim fazer dois senadores da direita em Mato Grosso do Sul.
Durante o evento político O Papel de Mato Grosso do Sul no Brasil e do Brasil no Mundo, realizado sábado pelo PP, o deputado estadual Gerson Claro disse que está preparado para lutar pela segunda vaga ao Senado da direita no Estado. Ele citou que tem o apoio de 20 deputados estaduais e mais de 18 prefeitos, incluindo os do PP, do PL, do PSDB e do MDB, bem como de mais de 200 vereadores.
“Acredito que tenho todas as condições de construir uma candidatura muito forte. Venho me preparando, principalmente do ponto de vista político, no meu relacionamento com prefeitos, secretários e vereadores. A experiência que tive com o municipalismo, quando atuei na Assomasul [Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul], e por ser advogado especializado em Direito Constitucional e Administrativo me ajudam muito”, assegurou em entrevista ao Correio do Estado.
Já o Capitão Contar aposta na força que tem com a “direita raiz” para conseguir uma das duas vagas ao Senado em 2026, mesmo estando no PRTB. Agora, com as chances reais de ingressar no PL para ser um dos dois candidatos do partido, faz com que o ex-deputado estadual multiplique a possibilidade de ganhar o pleito.
Há duas semanas, quando foi procurado pelo Correio do Estado para comentar uma possível filiação ao PL, o Capitão Contar disse que estaria disposto a aceitar o convite por um “bem maior”, pois, na análise dele, esse “bem maior” será eleger o máximo possível de candidatos da direita para a Casa de Leis e, dessa forma, impedir que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja reeleito para um quarto mandato.
“Nossa prioridade é trocar o comando do Brasil. Nunca fui do grupo do Reinaldo, mas se for para fortalecer e unir toda a direita, aumentando o arco de alianças contra o ‘Lula 4’, me coloco à disposição nessa trincheira”, afirmou o ex-deputado estadual, completando que o projeto do ex-presidente Bolsonaro é fazer a maioria no Senado para mobilizar ações contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Independentemente de partido ou grupo, minha conduta será sempre a mesma, ajudar o presidente Bolsonaro retornar à presidência da República”, afirmou.
A princípio, entre os três cotados para fazer dobradinha com Azambuja na disputa pelas duas vagas ao Senado, o deputado federal Dr. Luiz Ovando é o mais fraco, porém, os anos de experiência na Câmara dos Deputados, onde está no seu segundo mandato, e a capilaridade unido à direita de MS podem reverter esse quadro, fazendo com que seja o escolhido, caso as pesquisas assim apontem.