A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), unidade de Jardim, colocou no ar o site do Centro de Documentação Geo-histórico (CDGeo) e sua Hemeroteca Digital, que passam a reunir e disponibilizar online um amplo acervo da imprensa regional. O lançamento integra o projeto “Arquivo Vivo: Acervo Digital de Jornais como Patrimônio Documental na Fronteira”, desenvolvido pelo coletivo Documentação Geo-histórica do Sudoeste de MS e coordenado pelo professor Dr. Tiago Satim Karas, do curso de Geografia.
Viabilizado com recursos da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, pela Lei Paulo Gustavo, em parceria com o Governo Federal, o projeto permitiu a aquisição de equipamentos, bolsas de estudo, materiais acessíveis em Libras e Braille e ações de divulgação. O foco central é a digitalização do acervo da Rede Belavistense de Jornais, criada pelo jornalista Ivaldo Pereira (in memoriam), que registrou por décadas acontecimentos de municípios da região Sudoeste do Estado, como Antônio João, Bodoquena, Bonito, Caracol, Guia Lopes da Laguna, Jardim, Maracaju, Nioaque e Porto Murtinho.
O processo de digitalização exigiu reorganização completa do acervo e análise de ferramentas adequadas para indexação e publicação. A solução veio por meio da Diretoria de Informática da UEMS, que orientou a equipe a adotar o Tainacan, sistema brasileiro de código aberto usado por museus e universidades para gerenciamento e disponibilização de acervos digitais.
Desenvolvido por instituições públicas como UFG, UnB, UFSC, UFRN, UFES, IBRAM e IBICT, o Tainacan permite transformar um site em repositório dinâmico, com recursos avançados de busca, curadoria e visualização de documentos. Com apoio do gerente da UEMS/Jardim, Hudson Lolli Ghetti, o site foi implementado em cdgeo.uems.br, com hospedagem no servidor central da Universidade, garantindo preservação e acesso gratuito ao material digitalizado.
O CDGeo informa que, até esta publicação, o repositório já reúne:
1.793 edições digitalizadas
14.987 páginas disponíveis para consulta pública
Um dos destaques é o acervo do jornal Tribuna da Fronteira, cujas edições podem ser consultadas por data, número, período ou por termos específicos, graças ao OCR (reconhecimento óptico de caracteres), que torna pesquisável o texto integral das páginas.
Cada item digital conta com miniaturas, metadados completos, ferramentas de visualização e opção de download. O site também oferece busca avançada, permitindo combinações de filtros que facilitam pesquisas acadêmicas, jornalísticas e históricas.
O portal ainda inclui vídeo institucional em Libras, apresentado pela professora Cleydineth Trefzger Soares.
De acordo com a equipe do projeto, a iniciativa é considerada pioneira porque reúne um acervo até então pouco conhecido por instituições de preservação documental em MS, incluindo o Arquivo Público do Estado, o Instituto Histórico e Geográfico e o Centro de Documentação Regional da UFGD. A Hemeroteca Digital amplia o acesso à memória da fronteira, democratizando o conhecimento e permitindo que pesquisadores, estudantes e moradores da região explorem décadas de história registrada pela imprensa local.
Para o professor Tiago Karas, o lançamento marca um novo capítulo na preservação da memória regional.
“Este é um passo decisivo para garantir que as narrativas locais e regionais permaneçam vivas, acessíveis e valorizadas pelas presentes e futuras gerações”, destacou.
O site já está disponível ao público em cdgeo.uems.br.