Até um ex-estagiário do Ministério Público de Mato Grosso do Sul teve repasse de propina no suposto superfaturamento na aquisição de aparelhos do hospital de Sidrolândia, de acordo com a Operação “Dirty Pix”. É o que aponta a investigação conduzida pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), em interceptação conduzida por promotores que apuram sobre o suposto caso de corrupção, que pode ter desviado R$ 585 mil de verbas públicas da saúde do Estado.
Receberam dinheiro sujo, como bem menciona o próprio nome da operação, laranjas, oito vereadores, o ex-presidente do Hospital Filantrópico Dona Elmíria Silvério Barbosa e também o ex-colaborador do MPMS, citado antes na Operação Tromper como suspeito.
Por meio da intermediação de Júlia Carla de Nascimento, Yuri teve acesso à quantia. A filha de Júlio César Alves da Silva, na visão dos promotores Bianka Machado, Adriano Lobo Viana e Humberto Lapa Ferri, é vista no papel de realizar transferências a outros quatro investigados, com a missão de ocultar a origem dos ilícitos financeiros.
Para isso, um total de R$ 75 mil foi movimentado por ela, meses antes da compra pelo hospital de uma ressonância magnética e uma autoclave, comercializados pela Farma Medical, uma das matrizes das propinas distribuídas segundo a operação.
Caixa exclusivo de Júlia, do qual, foi responsável por 74% do que abasteceu Yuri nos pagamentos. O ex-estagiário do MPMS é classificado pelos promotores como alguém da base da gestão do hospital. Alguém, nesta conjectura para a investigação, influente no mandato de Jacob Meewis Bleure, o ex-presidente da instituição que adquiriu os itens graças ao repasse de R$ 5,4 milhões do Governo do Estado.
A intermediadora atuou como “camada secundária”, no sistema de “pooling accounts” da trama, em conjunto a Júlio Cesar Alves da Silva, seu pai, e a companheira dele, Adriele Nogueira Trelha. Já o casal, diferente dela, foi o destino primário das propinas, para repasse direto a beneficiados, ou utilizando Júlia no processo de ocultação dos depósitos, demonstram convicções da Operação “Dirty Pix”.
Yuri Medeiros, por exemplo, fez parte desse vetor mais sofisticado do caminho das propinas, de duas interposições. Privilégio que pode ainda analisado no trabalho dos promotores, se possui alguma ligação com o escândalo recente de corrupção na Prefeitura de Sidrolândia.
Tema da Operação “Tromper”, mais uma investigação da MPMS, a respeito de crimes de fraude em procedimento licitatório, falsidade ideológica, associação criminosa, sonegação fiscal e peculato.
Destaque que, ex-estagiário, beneficiado nas propinas do hospital, com o valor superior ao soldo mensal de um vereador de Sidrolândia (R$ 10.128,00 é o pago pelo desempenho do cargo na cidade), obteve o ilícito mesmo sendo alguém monitorado já pelo Gecoc e desligado do MPMS, graças a procedimento disciplinar interno. Isso, em razão de ter comunicado irregularmente dados sigilosos da instituição onde trabalhou.
Informação privilegiada a membros de outra organização criminosa, suspeita de ter lesado o cofre da Prefeitura em R$ 20 milhões. Montante 40 vezes superior ao eventual dano financeiro, apurado por promotores no envolvimento de propinas para a transação do hospital de Sidrolândia, a partir o grupo empresarial da Farma Medical alvo na Operação “Dirty Pix”.