Em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), o deputado Professor Rinaldo Modesto (Podemos) falou sobre como seria importante o poder público investir mais em prevenção, em diversos setores, principalmente no campo da Cultura e Esporte. Como exemplo, ele citou o Projeto Tocando em Frente , criado por ele e sua irmã, Rose Modesto, que há 16 anos oferece gratuitamente aulas de música, arte, reforço escolar, esportes entre outros.
“Prevenção sempre foi algo que, infelizmente, nunca fora colocada em prática e quando digo isso eu refiro em todas as áreas da cidade. Um país com mais de 210 milhões de pessoas diz que 100 milhões não tem esgoto tratado, dados do IBGE, consequentemente faz com que o poder público gaste lá na frente quatro vezes mais. Tem lugares que sequer tem água potável. Como pode? Dilema que nosso próprio estado passa nas aldeias indígenas. É por isso que ouvimos que existe a máxima: é melhor prevenir do que remediar”, iniciou Rinaldo.
Em comparação, o deputado disse que não há famílias que não tenham casos de pessoas que usem drogas e citou que há alguns anos foi procurado por uma professora dizendo que 12 adolescentes haviam engravidado e outra criança de 10 anos. “Isso é inconcebível. Se tivéssemos projetos sociais que no contraturno eu não tenho dúvida que as crianças não iriam se enveredar para isso, para a depressão ou alguns para o mundo do crime. A prevenção é algo barato. Um professor de violão consegue atender 10 ou 20, com o mesmo pró-labore. Lamentavelmente faz parte de um processo histórico e cultural, um gestor não pensa que vai gastar quatro ou cinco vezes mais lá na ponta e, infelizmente, nesse meio tempo vidas são perdidas”, lamentou.
Rinaldo contou que a ideia do projeto social se deu após uma adolescente de 15 anos, oriunda da escola em que ele atuava como professor, foi apedrejada por não conseguir pagar uma dívida por drogas. “Ao mesmo que aconteceu isso, minha irmã dava aula de violão em escola próxima ao lixão quando uma criança que trabalhava, lá de forma desumana, foi soterrada. Então, pedimos o prédio da antiga casa dos meus pais e criamos o projeto. Tenho certeza que se investíssemos 1% na prevenção através da cultura, esporte e dança, principalmente, com certeza teríamos menos crianças abusadas, menos pessoas na dependência química. Por isso comemoro esse projeto e convido todos para conhecerem”, finalizou.