A avaliação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a entrar em terreno negativo, conforme pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta terça-feira (2). O levantamento mostra que a desaprovação subiu de 48,1% para 50,7%, enquanto a aprovação recuou de 51,2% para 48,6%, revertendo a sequência de alta registrada nos últimos meses.
As avaliações de ótimo e bom também tiveram queda, passando de 48% para 44,4%. Em contrapartida, as menções de ruim e péssimo cresceram de 47,2% para 48,6%. Segundo o instituto, o desgaste está ligado, principalmente, às dificuldades do governo em apresentar respostas claras para a crise de segurança pública, tema que ganhou ainda mais atenção após a megaoperação no Rio de Janeiro.
Embora enfrente piora na percepção geral, o estudo aponta que Lula segue melhor avaliado do que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em áreas como relações internacionais, direitos humanos, moradia e turismo. Já o governo anterior supera o atual em 13 dos 18 itens analisados, com destaque para responsabilidade fiscal, segurança pública e impostos. Em políticas sociais, há empate técnico.
A pesquisa também identificou os principais acertos e erros atribuídos à gestão. Entre as ações mais bem avaliadas estão o fortalecimento da Farmácia Popular, aprovado por 86% dos entrevistados, a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil (81%), a retomada do Minha Casa Minha Vida (74%) e o programa Desenrola, de renegociação de dívidas (72%).
Do outro lado, a “taxa das blusinhas” — taxação de compras internacionais — é vista como o maior erro, citada por 65% dos participantes. O aumento do IOF aparece em seguida, com 58% de desaprovação.
O levantamento ouviu 5.510 pessoas em todas as regiões do país, entre 22 e 27 de novembro, por recrutamento digital aleatório. A margem de erro é de um ponto percentual, dentro de um intervalo de confiança de 95%.