
O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) citou a esposa durante depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados na quarta-feira (11). Ele chegou a ficar emocionado durante a fala.
“Desde que eu fui eleito, nós, minha esposa especialmente, temos perdido o sono, porque nós estamos num regime de exceção”, afirmou. Ele citou ainda uma operação da PF (Polícia Federal) em que mandados foram cumpridos no condomínio em que ele mora.
A situação impactou bastante a esposa do parlamentar. No primeiro dia da discussão do processo disciplinar contra Pollon, ela enviou mensagem para o político, que a leu durante depoimento.
“Ela me mandou uma mensagem ontem [terça-feira]: ‘Hoje foi iniciado o julgamento do meu marido, pensei eu, deve se defender em todo o tempo, pois fez o certo a todo momento. Ah, que pessoa egoísta e de pouca fé eu sou. Ele me mostrou o real propósito de tudo. Não é sobre ele, é sobre pessoas presas, torturadas e silenciadas. Ó, Senhor Jesus, perdão, sou uma pessoa de pouca fé. Lutamos não por nós, mas por todos. Anistia já, total, irrestrita e geral!’. Que ser humano, no uso das suas faculdades mentais, não se comove com isso, sabendo que sobre seus ombros recai a responsabilidade de lutar por essas pessoas?”, detalhou.
Ainda durante a sessão, Pollon questionou o motivo da representação e condicionou a renúncia da defesa.
“A hora que nominarem esse alguém, eu me comprometo, renuncio a qualquer tipo de defesa, porque não vou participar desse tipo de teatro”, disse no fim da sessão. O deputado cobrou o nome de testemunha sobre o episódio em Mato Grosso do Sul.
Pollon questionou ainda a relevância dos atos fora da Casa de Leis na representação. “O único a ser punido sou eu, porque fiz um discurso em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, fora desta casa, e aí pergunto, tudo que falamos fora desta Casa será criminalizado?”, perguntou.
O deputado federal foi um dos denunciados ao conselho por conta da ocupação da Mesa Diretora, em setembro de 2025.
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