A definição do segundo nome, que já era um nó difícil de desatar, ganhou contornos ainda mais embaraçosos com a chegada do ex-deputado estadual Capitão Contar (PL), que acredita ter amarrado a candidatura como o diretório nacional do PL.
Reinaldo Azambuja (PL), um dos pré-candidatos do grupo governista ao Senado, sempre procurou adiar a escolha do segundo nome, mas ficou rendido depois que assumiu o comando do PL no Estado.
O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, participou da filiação de Reinaldo em Mato Grosso do Sul e declarou mais de uma vez que ele seria o responsável pelas decisões no Estado. Porém, bastaram alguns dias para Valdemar mostrar, na prática, que Reinaldo mandará, mas nem tanto.
Valdemar anunciou que Contar se filiaria ao PL e, mais que isso, seria um dos candidatos ao Senado. Depois, filiou o ex-deputado ao lado de lideranças nacionais do partido, sem a presença de Reinaldo. Contar acabou usando a situação para dizer que é o candidato do bolsonarismo, tentando descolar a imagem de Reinaldo.
Caso não consiga vencer Contar, agora com apoio de Valdemar, o grupo governista viverá dias difíceis e uma situação de descontrole na disputa para o Senado. Neste cenário, Contar fará campanha independente, com tempo e dinheiro do PL, e Reinaldo também ficará em uma campanha isolada.
Antes de assumir o PL no Estado, Reinaldo disse que não era inteligente o partido ter dois candidatos ao Senado, porque fechava portas para alianças. Hoje, começa a ser cobrado por esses “companheiros”, que podem ser decisivos para eleição dele, nas famosas dobradinhas, mas também na reeleição de Riedel.
Outros pré-candidatos que estavam de olho na segunda vaga também podem seguir o mesmo rumo. É o caso do senador Nelsinho Trad (PSD), aliado de Reinaldo Azambuja há vários anos, em uma parceria que se intensificou após o segundo turno da eleição de 2014. Com a parceria entre PL e Contar, ele pode ficar fora da coligação, mas afirma que não desistirá da disputa.
Quem também está de olho na eleição para o Senado é o presidente da Assembleia, Gerson Claro (PP). Ele lançou o nome com base em uma declaração da senadora Tereza Cristina, PP, de que o partido teria um candidato ao Senado no Estado.
A vice-prefeita de Dourados, Giani Nogueira (PL), também não ficou satisfeita com o anúncio de Contar como pré-candidato do partido e avisou que pode sair da sigla para assegurar candidatura.
Reinaldo e o grupo, que ainda tem como líderes Tereza Cristina e Eduardo Riedel, tem poucos meses para tentar convencer aliados a desistirem ou lançar um número razoável de candidatos, para que consigam ter o mínimo de controle e evitar surpresas no resultado, como na última eleição para escolha de dois candidatos. Na ocasião, Zeca do PT e Waldemir Moka (MDB), que figuraram como líderes em pesquisas, perderam para Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad. Para o governo, naquele período liderado por Reinaldo, a derrota foi ainda maior, porque não conseguiu eleger Marcelo Migliolli.