A paralisação dos jogadores do Figueirense chegou ao fim após seis dias. Na noite desta quinta-feira, por meio de nota, o elenco confirmou que irá retornar aos treinos e também entrar em campo contra o CRB no sábado, às 19h (horário de Brasília) impedindo, assim, o segundo W.O. na Série B do Campeonato Brasileiro.
No documento, os atletas do Figueira afirmaram que, apesar da diretoria não ter cumprido nenhuma exigência e nem efetuado os pagamentos devidos, as atividades serão retomadas “em respeito à instituição e à nossa torcida”.
Havia a ameaça de um novo W.O do Figueira na Segundona. Isso porque na terça, diante do Cuiabá, o time não entrou em campo em protesto pelos salários atrasados.
Nota jogadores do Figueirense — Foto: Reprodução
A expectativa era que a equipe voltasse às atividades na tarde desta quinta-feira, mas nada havia mudado. No estádio Orlando Scarpelli, o volante Zé Antônio, com o apoio dos demais companheiros, expôs a situação financeira do clube aos jornalistas em um pronunciamento e rebateu a nota oficial do Figueira sobre o pagamento dos atrasados. No documento, a diretoria afirma a quitação das pendências salariais dos funcionários e jogadores das categorias sub-15 e sub-17.
W.O. da base
Dois dias depois do W.O. da equipe profissional na Série B, o time sub-23 do Figueirense também não entrou em campo em protesto pelos salários atrasados. Desta vez o W.O. foi contra o Santos, no estádio Ulrico Mursa (em Santos), pelo Campeonato Brasileiro de Aspirantes, na tarde desta quinta-feira.
Como ocorreu o W.O. na Série B
Os jogadores do Figueirense cumpriram a ameaça e não entraram em campo para enfrentar o Cuiabá na última terça-feira. Com isso, o Dourado venceu por W.O. (placar de 3 a 0), ficando com os três pontos da partida na segunda divisão.
Por volta das 20h20, com 50 minutos de atraso em relação ao cronograma inicial, os jogadores do Figueirense deixaram o hotel em direção à Arena Pantanal. No vestiário, permaneceram por 40 minutos, enquanto os atletas do Cuiabá realizaram o aquecimento no gramado. Na sequência, voltaram ao veículo e foram embora, sem dar entrevistas.
No desembarque em Florianópolis, a delegação recebeu apoio e muitos aplausos da torcida no aeroporto Hercílio Luz. Os atletas foram ao estádio Orlando Scarpelli, mas não encontraram nenhum dirigente para conversar.
Entenda a crise no Figueirense
O direito de imagem do elenco não é pago desde maio, enquanto o mês de julho, referente ao vencimento em carteira, também está pendente. Há, ainda, o não recolhimento de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Denis conseguiu a rescisão indireta com o Figueirense no início do mês por este motivo. Dias depois, o clube derrubou a liminar concedida ao goleiro.
Uma notificação extrajudicial, assinada por 31 jogadores, foi enviada ao presidente da Elephant (gestora do futebol do clube), Cláudio Honigman, no domingo. Nela, o elenco manifestou a intenção de não treinar ou jogar até que os acertos sejam realizados. O clube, por outro lado, trata a paralisação como "falta ao trabalho".
Pelas redes sociais, os atletas se manifestaram. Na sexta, foi postada a imagem do escudo do Figueirense num fundo preto e a frase: "Paramos hoje, pela sobrevivência do amanhã". No dia seguinte, a mensagem relatou pressão e ameaça da diretoria para a retomada dos treinamentos. Além disso, todos colocaram a frase "somos todos líderes".
Em julho, o elenco ficou sem treinar por alguns dias pelo mesmo motivo. Na ocasião, o presidente prometeu quitar as pendências financeiras. A promessa evitou a possibilidade de W.O. diante do Vitória. Em seguida, a Elephant assinou um termo de compromisso com o Conselho Deliberativo do clube, garantindo que os atrasos iriam acabar. O aditivo no contrato não teve os termos divulgados.
*Globo Esporte
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