O repasse para regularizar os atendimentos da Santa Casa será dividido em quatro parcelas. No total, a instituição hospitalar receberá R$ 54 milhões em recursos da Prefeitura de Campo Grande e do Governo do Estado.
São quatro parcelas mensais, de janeiro a abril de 2026. Os repasses devem regularizar os atendimentos, bem como o pagamento dos médicos e colaboradores.
Na segunda-feira (29), a Prefeitura de Campo Grande firmou acordo com a Santa Casa, Governo do Estado e o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Dos repasses municipais, estão cerca de 10 milhões de acordos com empresas e aporte direto de R$ 5,2 milhões, pagos em quatro parcelas.
A prefeita Adriane Lopes (PP) ressaltou o acordo, que contou com reunião de parlamentares. “Estamos repassando recurso novo, somando as ações do Estado, da bancada federal e do Município, mais de 54 milhões de reais para o pagamento de salários e 13º dos médicos e funcionários da Santa Casa, para que o hospital não paralise”, disse.
Quanto aos repasses estaduais, será enviado montante extraordinário de R$ 14 milhões. Este também será dividido em quatro parcelas mensais e consecutivas de R$ 3,5 milhões de janeiro a abril de 2026.
Além disso, o Estado vai custear auditoria independente da Associação. O estudo operacional, financeiro, contábil e finalístico deve avaliar a gestão dos recursos públicos e identificar irregularidades. Também vai verificar o cumprimento das obrigações contratuais relacionadas à assistência e propor medidas de melhoria operacional.
Importante ressaltar que a auditoria abrange toda a administração do hospital, não apenas o objeto do acordo. Dentre os repasses, o Estado também prevê aporte de R$ 9 milhões para o pagamento do 13º salário dos funcionários do hospital.
Por fim, o Governo de Mato Grosso do Sul enviará recursos provenientes de emendas parlamentares federais: R$ 5 milhões em janeiro; R$ 6 milhões em fevereiro; e R$ 5 milhões em março de 2026.
Na última semana, novo episódio da crise financeira do hospital levou enfermeiros e servidores do setor administrativo a deflagrarem greve. Logo, a ação foi em protesto contra o atraso do 13º salário. Além dos médicos, outros profissionais de serviços essenciais da unidade reivindicam melhorias nas condições de trabalho.
Após rejeição da proposta da Santa Casa de parcelar o pagamento em três vezes, entre janeiro e março de 2026, os enfermeiros aceitaram nova solução. Assim, encerraram a paralisação com acordo do pagamento de 50% do décimo terceiro em 24 de dezembro e o restante, no dia 10 de janeiro de 2026.
O CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) emitiu nota alertando para o risco iminente de desassistência na Santa Casa, diante da falta de insumos, medicamentos e profissionais. Por fim, o documento foi encaminhado à Secretaria Municipal de Saúde, Vigilância Sanitária, Ministério Público e ao Jurídico do Estado.